A história do suíço que sobreviveu ao Titanic e foi campeão do US Open
Richard Norris Williams II tinha um futuro profissional e esportivo brilhante pela frente. Considerado um talento para o tênis, deixou a Suíça quando tinha 21 anos para morar nos Estados Unidos. Antes do primeiro dia de aula em Harvard, uma das universidades mais conceituadas do mundo, jogaria alguns torneios.
Este era o plano quando ele e o pai pagaram 67 libras por uma cabine de primeira classe no Titanic, que iniciou viagem em 12 de abril de 1912. Richard Norris se tornou o campeão de tênis que esperavam e teve sucesso no setor financeiro. Mas isto ocorreu depois de muito drama pessoal.
O fim do navio é conhecido mundialmente. Pela perspectiva de Richard, aquela noite gelada pode ser dividida em parte. A primeira durou três horas e vai do choque com o iceberg até a embarcação afundar.
O tenista e o pai, Charles Williams, descendente de Benjamin Franklin, um dos fundadores dos Estados Unidos, ajudaram passageiros a embarcar no bote. O capitão tinha ordenado dar preferência a mulheres e crianças. A dupla se dedicou a tarefa até a situação ficar periclitante, o Titanic estava a minutos de afundar.
O pai morre
Os dois correram para a ponte de comando quando um tonel caiu e acertou Charles Williams. O pai do tenista entrava para lista de mortos. Richard pulou na água e passou a lutar pela própria vida. Era o segundo momento de sufoco da noite. Ele nadou na água gelada e na escuridão.
A situação ficou menos pior ao encontrar um bote. Mas Richard estava longe de estar a salvo. Havia água no barco e parte dele estava submergido. O frio era grande e os 30 ocupantes tremeram por seis horas. Foi este o tempo que levou para serem resgatados por um navio que atendeu ao pedido de socorro. A maioria sobreviveu, mas foi demora demais para 11 pessoas que entraram para lista de vítimas.
Pernas quase foram amputadas
Os passageiros e tripulantes do Titanic foram resgatados pelo Carpathia. Na medida do possível, o médico do navio verificava as condições de saúde dos viajantes. Richard Williams teve más notícias. O terceiro drama era a suspeita de gangrena nas pernas e o tenista foi aconselhado a concordar com uma amputação.
“Vou precisar destas pernas”, respondeu Richard.
Ele se recusou a fazer a cirurgia e na mesma hora começou a caminhar e fazer exercícios para restaurar a circulação nas pernas. Richard não era o único tenista que entraria para o Hall da Fama no Carpathia. Karl Behr, que foi vice-campeão em duplas de Wimbledon em 1907, também sobreviveu e ambos viraram amigos para o resto da vida.
Mas Richard teve muito mais sucesso. Ele foi bicampeão do US Open nos anos de 1914 e 1916. Nas duplas e duplas mistas venceu o mesmo torneio e Wimbledon. O site do torneio realizado em Londres descreve o tenista como um dos mais admirados de sua época.
Mas a neta disse o jornal Independent, da Inglaterra, que o jogador não ligava muito para os troféus. “Ele tinha aqueles troféus incríveis, mas a visão dele era prática. Ele colocava nosso peru de Natal no prato de Wimbledon”.
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