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Recorde de medalhas em Olimpíadas custará mais de R$ 4 milhões ao COB

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/08/2021 08h58

A delegação brasileira foi para as Olimpíadas de Tóquio-2020 com a expectativa de superar as 19 medalhas conquistadas nos Jogos do Rio-2016. O feito foi alcançado e poderia ter sido superado por larga vantagem, não fosse, por exemplo, a decepcionante campanha do vôlei, que conquistou apenas uma prata, com as mulheres na quadra.

No Japão, além de superar o número total de pódios - conquistou 21 -, o Brasil igualou a quantidade de ouros em uma mesma edição, sete, como no Rio de Janeiro. Com isso, o Time Brasil ficou em 12º lugar no quadro de medalhas, a melhor posição de sua história, superando a 13ª colocação há cinco anos.

Infográfico de gastos com medalha Imagem: Arte UOL

Pelo feito, os atletas brasileiros contarão com um incentivo extra do COB (Comitê Olímpico do Brasil), que pagará entre R$ 100 mil a R$ 750 mil por medalha conquistada. Com isso, as 21 medalhas trazidas do Japão custarão ao COB R$ R$ 4,250 milhões.

Esses valores obedecem a critérios previamente estabelecidos pelo comitê e apresentam algumas distinções entre premiações individuais e por equipe. Os esportistas de ouro em modalidades individuais levam para casa R$ 250 mil. A medalha de prata vai gerar uma premiação de R$ 150 mil; e o bronze, R$ 100 mil.

Equipes de delegações maiores, como futebol e vôlei, dividem um valor cheio entre os atletas que conquistaram a medalha. O ouro vai render R$ 750 mil; a prata, R$ 450 mil e o bronze, R$ 300 mil.

A premiação deverá ser entregue durante o ano de 2021, no Prêmio Brasil Olímpico ou em outro evento designado pelo COB. Atletas com medalhas em mais de uma prova acumulam os valores, recebendo por cada conquista.

Salto de ouro

Maior destaque brasileiro destes Jogos, Rebeca Andrade também é quem sairá de Tóquio com a maior bolada. Primeira brasileira campeã olímpica na ginástica, a paulista de Guarulhos, na região metropolitana da Grande São Paulo, vai levar para casa R$ 400 mil em premiação, fruto do ouro no salto e da prata no individual geral.

Rebeca, que empolgou a Arena Ariake com o "Baile de Favela", também desfilou excelência na cerimônia de encerramento, na qual foi porta-bandeira do Brasil.


Novos esportes cativam brasileiros

Uma das atletas mais carismáticas da delegação brasileira nesta edição foi Rayssa Leal. A adolescente de 13 anos cativou o público durante as finais do skate street. O skate —nas modalidades park e street—, e o surfe, foram dois dos novos esportes que passaram a fazer parte do programa olímpico em Tóquio, e ajudaram a turbinar a classificação do Brasil no quadro de medalhas.

Rayssa, famosa desde os 7 anos por vídeos em que andava de skate fantasiada de fadinha, encantou o país com a leveza e a simplicidade de quem estava ali para se divertir. Assim, dançou, empolgou e conquistou uma medalha de prata.

Além dela, Kelvin Hoefler (street) e Pedro Barros (park) garantiram ao skate brasileiro mais duas medalhas de prata.

O surfe brasileiro vem nos últimos anos assumindo protagonismo na elite do esporte mundial. Assim, a expectativa era que o Brasil conseguisse medalhas. Se não vieram no plural, a que veio garantiu ao país mais um ouro, com Italo Ferreira. Para pagar os medalhistas do skate e do surfe, o COB vai desembolsar R$ 700 mil.

Comitê Olímpico Nordestino?

Outra peculiaridade no quesito medalhas para o Brasil foi o desempenho do nordeste no quadro de medalhas. O Maranhão contribuiu com a prata de Rayssa. O Rio Grande do Norte com o ouro de Italo Ferreira. Já a Bahia virou até meme nas redes sociais, aparecendo à frente da Argentina no quadro de medalhas, por exemplo.

Conhecida pelo povo alegre, determinado e alto astral, a Bahia deu ao Brasil os ouros de Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Hebert Conceição (boxe) e Isaquias Queiroz (canoagem).

Bia Ferreira lutou muito, mas não conseguiu vencer a irlandesa Kellie. Anne Harrington na final da categoria leve do boxe. Pela prata, Bia, que nasceu em Salvador, mas mora há anos em Belo Horizonte, receberá R$ 150 mil de premiação. Ou seja, o COB vai pagar R$ 1,3 milhão aos seis atletas que contribuíram com quatro ouros e duas pratas.

Time do "eu sozinho"

Depois do ouro do vôlei masculino em Barcelona-1992, o Brasil viu crescer sua participação não só na modalidade, mas nos esportes coletivos como um todo. Nas Olimpíadas de Tóquio-2020, contudo, o mérito para o desempenho recorde de medalhas na história dos Jogos foi alcançado com base na individualidade dos atletas brasileiros.

Os esportes coletivos foram responsáveis por apenas quatro dos 21 pódios em Tóquio. Laura Pigossi e Luisa Stefani ficaram com o bronze no tênis; o futebol masculino levou o ouro; o vôlei feminino foi derrotado na final e ficou com a prata, e a dupla de velejadoras formada por Martine Grael e Kahena Kunze conquistou o bicampeonato olímpico. Para premiar as medalhas das equipes brasileiras, o COB vai desembolsar R$ 1,9 milhão.

Todas as medalhas

Ouro

Rebeca Andrade - ginástica (salto) - R$ 250 mil
Italo Ferreira - surfe - R$ 250 mil
Martine Grael e Kahena Kunze - vela (49er FX) - R$ 250 mil (R$ 125 mil cada)
Ana Marcela Cunha - maratona aquática - R$ 250 mil
Isaquias Queiroz - canoagem - R$ 250 mil
Hebert Conceição - boxe - R$ 250 mil
Futebol masculino - R$ 750 mil

Prata

Pedro Barros - skate park - R$ 150 mil
Rayssa Leal - skate street - R$ 150 mil
Kelvin Hoefler - skate street - R$ 150 mil
Rebeca Andrade - ginástica (individual geral) - R$ 150 mil
Bia Ferreira - boxe - R$ 150 mil
Vôlei feminino - R$ 450 mil

Bronze

Mayra Aguiar - judô - R$ 100 mil
Daniel Cargnin - judô - R$ 100 mil
Fernando Scheffer - natação (200m livre) - R$ 100 mil
Bruno Fratus - natação (50m livre) - R$ 100 mil
Luisa Stefani e Laura Pigossi - tênis (dupla feminina) - R$ 100 mil (R$ 50 mil para cada)
Abner Teixeira - boxe - R$ 100 mil
Alison dos Santos - 400m com barreiras - R$ 100 mil
Thiago Braz - salto com vara - R$ 100 mil

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado anteriormente, Luisa Stefani e Laura Pigossi receberão R$ 50 mil cada, e Martine Grael e Kahena Kunze, R$ 125 mil cada. O erro foi corrigido.

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