Quem foi o primeiro medalhista olímpico?
Tiago Jokura
Tiago Jokura é jornalista e, portanto, curioso profissional. Passou os últimos 15 anos respondendo as dúvidas mais complexas e inusitadas dos leitores na mídia impressa, na tentativa infinita de explicar como o mundo funciona com clareza e bom humor. Agora, continua essa saga aqui no UOL.
24/07/2021 04h00
Quem foi o primeiro medalhista olímpico?
Pergunta de Felipe Simões, de São Paulo (SP)
A honra é do americano James Brendan Connolly, campeão do salto triplo em Atenas 1896. Só que ele não levou o ouro: na primeira edição dos jogos olímpicos da era moderna, os primeiros colocados de cada modalidade eram premiados com uma medalha de prata e uma ramo de oliveira.
E o saltador não parou por aí: ficou em segundo lugar na salto em altura, faturando um ramo de louro e uma medalha de cobre, e em terceiro no salto em distância, sem premiação à época.
Como nos jogos de Paris 1900 os competidores mais bem colocados recebiam taças ou troféus, os primeiros medalhistas de ouro só deram as caras em St. Louis 1904, provavelmente na ginástica - só não encontrei registros históricos que indiquem quem faturou o ouro primeiro. O evento estreou a tradição, que dura até hoje, de premiar os três primeiros colocados em cada modalidade com medalhas de ouro, prata e bronze.
Na ocasião, o Comitê Olímpico Internacional fez uma reparação histórica imediata, premiando os campeões, vices e terceiros lugares das duas edições anteriores dos jogos com as medalhas que deveriam receber se competissem sob os novos moldes de premiação - e Connolly deve ter recebido, finalmente, sua merecida trinca de ouro, prata e bronze conquistadas em 1896.
E foi só em Roma 1960 que os campeões olímpicos - bem como os demais premiados no pódio - passaram a receber as medalhas ao redor do pescoço. Até então, as condecorações não vinham atreladas a cordões ou fitas para pendurar.
Voltando ao primeiro medalhista, seu nome guarda uma relação desagradável com o evento mais trágico da história olímpica: era no número 31 da Connollystraße, rua da vila olímpica de Berlim 1972 batizada em homenagem a James Brendan Connolly, que ficava o alojamento da delegação israelense invadido por terroristas no Massacre de Munique, que terminou com 17 mortos entre atletas, técnicos, árbitros, invasores e policiais. Dias de glória, dias de luto...
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