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Atletas paralímpicos podem disputar as Olimpíadas?

Oscar Pistorius foi o primeiro amputado a correr nos jogos olímpicos. Mas antes e depois dele houve muitos atletas que disputaram as Paralimpíadas e as Olimpíadas. Imagem: Paul Gilham/Getty Images
Tiago Jokura

06/08/2021 04h00

Atletas paralímpicos podem disputar as Olimpíadas?
Pergunta de Guilherme Mota, de São Paulo (SP)

Não só podem como já disputaram. E vários deles, caro campineiro. O mais notório e recente foi o sulafricano Oscar Pistorius, que conquistou seis ouros paralímpicos em Atenas 2004, Beijing 2008 e Londres 2012. Pistorius obteve o índice para ser o primeiro amputado a correr numa Olimpíada, disputando os 400 m rasos (chegou até a semifinal) e o revezamento 4x400 m (finalista com o time da África do Sul) em Londres 2012.

Mas muito antes dele - mais precisamente, 108 anos antes -, outros atletas com deficiência competiram nos jogos. O pioneiro e mais bem sucedido deles foi o americano George Eyser. Mesmo tendo uma perna de pau, o ginasta levou três ouros duas pratas e um bronze em St. Louis, 1904. Outro atleta amputado de destaque foi o húngaro Olivér Halassy. Sem a perna esquerda, ele levou dois ouros e uma prata no pólo aquático em Amsterdã 1928, Los Angeles 1932 e Berlim 1936.

Foi só a partir de Roma 1960, que os jogos paralímpicos entraram em cena, com competições exclusivas para atletas com baixa visão, cadeirantes, amputados e com outras deficiências. Mesmo assim, vários competidores participaram tanto das Paralimpíadas como das Olimpíadas. Como a lista é extensa, vou citar somente alguns:

Pál Szekeres é o único deficiente medalhista olímpico e paralímpico. O esgrimista húngaro foi bronze em Seul 1988 e após sofrer um acidente, ganhou três ouros e três bronzes paralímpicos;

• Outro medalhista nos dois eventos não é deficiente: trata-se do ciclista britânico Craig Mclean, que foi prata olímpica em Atenas 2004 e ouro paralímpico, como guia do atleta cego Anthony Kappes, em Londres 2012;

A atleta de tiro com arco Zahra Nemati foi porta-bandeira do Irã na Rio 2016. Imagem: Harry Engels/Getty Images

• A neozelandesa Nerloi Fairhall, a italiana Paola Fantato e a iraniana Zahra Nemati, cadeirantes, competiram no tiro com arco em Los Angeles 1984, Atlanta 1996, e Rio 2016, respectivamente;

• As cegas Marla Runyan, americana, e Assunta Legnante, italiana, competiram nos 5 mil metros (Sidney 2000 e Atenas 2004) e no arremesso de peso (Beijing 2008), respectivamente;

Natalia Partyka jogou nove eventos somando jogos paralímpicos e olímpicos - incluindo Tóquio 2020. Imagem: AFP/Saeed Khan

• A mesatenista polonesa Natalia Partyka não tem a mão direita e jogou cinco paralimpíadas e quatro jogos olímpicos, incluindo Tóquio 2020.

Antes de finalizar, deixo três pílulas curiosas:

• A esgrimista húngara Ildikó Újlaky-Rejtő, surda, ganhou sete medalhas olímpicas entre 1960 e 1976, mas nunca participou das Paralimpíadas. É que as modalidades dos jogos não incluem atletas com surdez. Para estes, existem as Surdolimpíadas, disputadas desde Paris 1924.

• Falando em Surdolimpíadas, temos um medalhista do evento que também medalhou nas Olimpíadas: o nadador sulafricano Terence Parkin levou prata em Sidney 2000 e também tem dois ouros surdolímpicos;

• A lenda etíope Abebe Bikila, bicampeão olímpico da maratona, por muito pouco não foi atleta paralímpico: ele fazia parte, como cadeirante, da equipe de tiro com arco da Etiópia que não conseguiu chegar para competir em Heidelberg 1972.

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