Maycon vive ano de sonho: enfim titular do Corinthians e prestes a ser pai
Maycon não consegue disfarçar a felicidade. Na verdade, nem tenta. Aos 19 anos, o jogador do Corinthians está vivendo um ano de sonho na vida pessoal e também profissionalmente. Cercado de muita expectativa ao ser promovido pelo técnico Tite à equipe principal do Timão, o volante agora é titular, elogiado e badalado. E fora de campo alimenta a enorme expectativa e curte as últimas semanas de gravidez da esposa Lyarah. O Asafe Lucca está chegando aí.
A programação das famílias é que Asafe, nome bíblico de origem hebraica que significa "Deus se apoderou", nasça em 27 de abril. Três dias depois disso, acontecerá a final do Campeonato Paulista, jogo que o pai espera participar como titular do Corinthians. É para isso que ele está trabalhando, inclusive neste sábado, às 19h30, contra o Mirassol, pela sexta rodada da primeira fase da competição.
"É mágico. Todo homem sonha com isso, em formar uma família. E também em realizar o seu trabalho bem feito. Agora isso está acontecendo comigo ao mesmo tempo, graças a Deus. Estou muito feliz por esse momento que estou passando, quero aproveitar ao máximo porque daqui a pouco pode ser que aconteça alguma coisa e isso caia. Vou trabalhar para isso não acontecer, para que eu mantenha o foco e pés nos chãos para sempre seguir como estou agora: feliz", conta Maycon, ao jornal Lance!, exibindo largo sorriso.
Maycon é jogador profissional do Corinthians desde o início de 2016. Já foi chamado por Tite de "novo Elias", mas não conseguiu uma chance de jogar quando o campeão brasileiro de 2015 foi negociado. Emprestado à Ponte Preta no ano passado, vestiu a camisa 10 e fez boas atuações. Teve o nome cobrado pela torcida corintiana por conta do talento demonstrado na base, mas não fez a pré-temporada de 2017 porque estava a serviço da Seleção Brasileira no fracasso do Sul-americano sub-20. A reapresentação ao Timão foi há duas semanas, e desde então foram duas partidas como titular, sendo uma delas o Dérbi.
Foi Maycon, formado na base do Corinthians, quem roubou a bola de Guerra, reforço que o Palmeiras pagou R$ 10 milhões, e tocou para Jô fazer o único gol do primeiro clássico do ano do centenário. Não foi pouca coisa.
"Nós, a molecada, falamos entre nós que temos que batalhar, mostrar para o Fabio e a comissão que merecemos a oportunidade, e quando surgir estar preparados. Muitas vezes alguns jogadores ficam tristes porque não têm oportunidade, mas tem que continuar trabalhando, persistir, porque uma hora vai pintar. Pô, você trabalha a vida inteira para chegar esse momento, tem saber que é especial e fazer valer a pena", reflete o maduro garoto de 19 anos.
Pergunta: Para você, qual foi a importância de ter atuado e sido decisivo em uma partida de tanta rivalidade, como o Dérbi de quarta-feira?
Resposta: Fico muito feliz, é sempre uma honra vestir a camisa do Corinthians, ainda mais em um jogo desse tamanho. Fico feliz demais por poder representar bem não só o Corinthians, como toda a nação corintiana. Esse é o intuito de quem chega aqui: representar bem a instituição e a nação. Fiquei feliz também pela partida que todos os companheiros fizeram, foi fundamental a dedicação, a raça que todos tiveram, fomos coroados com o gol no final e saímos vencedores.
P: Você já vinha sendo elogiado no ano passado, mas não jogava e foi emprestado à Ponte Preta. Teve medo de não conseguir uma chance de jogar aqui?
R: Não poderia trabalhar com essa hipótese de talvez não voltar, não ter novas chances aqui. Fui para a Ponte convicto que tinha que mostrar meu potencial para poder voltar e mostrar que posso jogar aqui. Fiz boas atuações, no meu ponto de vista, quando Tite estava aqui, até mesmo com Cristóvão entrei num jogo e fui bem, sabia do meu potencial, sabia que poderia estar aqui e ajudar o grupo. Não sei se titular, reserva ou nem relacionado, mas sabia que poderia ajudar o grupo de alguma forma. Fiquei feliz depois da partida de quarta que consegui um dos meus objetivos, que era voltar bem e corresponder à altura.
P: Mas esperava já ser titular logo depois de voltar do Sul-americano?
R: Acho que as coisas acontecem no tempo certo. O Arana já jogou de titular, o Léo (Jabá) tem entrado, o Léo Santos está no DM, contudido, não pode ser aproveitado. Mas eu sabia que poderia pintar a chance em qualquer momento e rápido, porque o time está em construção, está precisando de peças novas. A gente não teve férias, está com gás bom, início de temporada o pessoal sente um pouco, e a gente está com o gás da temporada passada. Sabia que poderia ajudar de alguma forma, e principalmente nessa forma, no gás, que a gente está um pouco mais preparado por não ter tido férias, então foi importante.
P: As férias não fazem falta, não?
R: Fazem, né (risos)? Mas isso aqui vale muito mais a pena. Jogar um jogo como o Dérbi vale muito mais a pena do que uma ou duas semanas de férias.
P: Espera continuar como titular nas próximas semanas?
R: Cada um está buscando o seu espaço. A gente tem um respeito muito grande. Quando um está jogando, o outro está no banco vibrando, comemorando vitória, gol, defesa do Cássio, todo mundo vibra, o respeito é muito grande. Cabe ao professor Fabio decidir o que é melhor para o jogo, cabe a nós nos prepararmos para ir bem quando a oportunidade aparecer e ajudar a equipe
P: Queria que você falasse um pouco sobre o modo como você tem entrado no time. Já jogou de ponta, de volante, no 4-2-3-1, no 4-1-4-1...
R: Eu tenho um transição muito forte, desde a Copinha fui bem fazendo isso, defendendo e chagando no ataque. A gente sabia que o Palmeiras, por exemplo, flutuava muito com os pontas. Se ficasse só o Gabriel ali, talvez eles conseguissem achar espaço nas nossas linhas, e o professor Fabio me recuou um pouco, mas me deu liberdade de ir ao ataque quando a gente estava com a bola. No primeiro tempo quando podia fazer estava bem, no segundo foi um jogo à parte, nos defendemos mais, estávamos mais preocupados em chamar o time deles e sair no contra-ataque, então não consegui fazer muito isso.
P: Por falar em tática, você teve muitos treinadores preocupados com essa parte na sua carreira: Loss, Tite, Eduardo Baptista, agora o Carille...
R: Com certeza isso me ajuda, desde o Loss, agora o Fabio, todos os técnicos são importantes. O Tite era uma filosofia, o Eduardo (Baptista) era uma completamente diferente. Chega aqui com o Fabio junta um pouquinho do Tite com o Eduardo, com sistema defensivo forte e saída no contra-ataque. Vai acrescentando muito para mim, vou acumulando rodagem, vou acumulando passagem em times diferentes que estou me adaptando e conseguindo fazer um bom jogo.
P: Como foi a experiência no Sul-americano sub-20? Vocês não conseguiram a classificação para o Mundial, mas você individualmente foi bem avaliado.
R: Verdade. Comecei de reserva e assumi a posição depois no último jogo da primeira fase. Fui titular no hexagonal todo. É difícil quando as coisas não vão bem para o time, mas fiquei feliz com minha atuação. Acho que o time estava bem e tomava um gol, abalava todo mundo, sofria a virada... Isso que nos enfraqueceu. Foi um pouco injusto, mas o futebol conta com isso. Merecíamos classificar, tivemos atuações abaixo, sim, mas também fizemos outras boas atuações, anulamos o adversário, mas é futebol. Fiquei feliz com meu Sul-americano, me superei, comecei de reserva e virei titular. Fiquei feliz.
P: E o pessoal do Corinthians viu o quarteto do Terrão lá no Equador?
R: A gente já vem jogando desde o sub-15 e sub-17, já tem um entrosamento, isso conta bastante. Não só no sul-americano, mas contra o Palmeiras foi uma prova que a gente está lutando e buscando o nosso espaço. Acho que nós três ali da base conseguimos corresponder à altura.
P: Você está prestes a ser pai e virou titular do Corinthians. Agora é curtir a boa fase?
R: Com certeza, e também fazer de tudo para que se mantenha por um bom tempo. Tem pessoas que essa fase boa demora muito para chegar, e quando passa, passa por um curto momento... Mas meu objetivo é curtir bastante, porque estou muito feliz mesmo, então é trabalhar para que esse momento demore para passar. E se vier a acontecer uma má fase, que passe rápido. É com trabalho, foco e pés nos chãos, porque tudo passa, vai passar sempre.
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