Luiz Fernando Gomes: 'Acabou a farra mambembe'
A indústria da venda do mando de campo chegou ao fim. O conselho técnico do Brasileirão acatou por 16 votos a 4 proposta do Atlético-MG que proibiu que os clubes mandem seus jogos fora do estado-sede, já a partir do deste ano. É uma decisão acertada. Se as receitas eram altas, com cotas mínimas garantidas independentemente do público, os prejuízos técnicos e institucionais eram maiores. Técnicos e jogadores sempre reclamaram, com toda razão, dos longos deslocamentos, do tempo perdido para treinar e do desgaste psicológico, com mais tempo longe das famílias. Já o torcedor ficava privado de ver seu time. E pior: pulando de galho em galho, os clubes fragilizavam seus programas de fidelização do sócio-torcedor e inviabilizavam qualquer iniciativa de venda pacotes para a temporada e outras formas de venda antecipadas de comercialização.
Mais elefantes do que nunca
A decisão do conselho técnico foi o tiro de misericórdia. A proibição dos mandos fora do estado inviabiliza aquilo que era, praticamente, a única fonte de renda significativa das arenas da Amazônia, do Pantanal e das Dunas e do Estádio Nacional de Brasília. Do outro lado, o Flamengo, principal "freguês" desses campos é quem mais vai perder. Se o imbróglio do Maracanã não for resolvido, o rubro-negro ficará restrito aos 22 mil lugares da Arena da Ilha ou aos 25 mil de Volta Redonda, já que o Botafogo recusa-se a ceder o Engenhão ao rival. Em ano de Libertadores, a conta do que o Fla vai deixar de arrecadar será alta. Por isso o presidente Bandeira de Mello votou contra a medida.
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