Lugano vê São Paulo limitado e teme nova desordem contra o Strongest
O placar em si já é grave para o São Paulo, mas a goleada por 4 a 1 para o Osasco Audax vem acompanhada de problemas muito maiores. Essa é a análise de Diego Lugano, que concedeu entrevista coletiva no CT da Barra Funda na manhã desta segunda-feira. O uruguaio assumiu a responsabilidade de falar com a imprensa após a eliminação no Campeonato Paulista e não hesitou ao elencar os defeitos do Tricolor nesta temporada.
- Começamos a temporada em janeiro no Peru e jogamos sempre, no máximo, com três dias de folga. Nosso elenco é curto e não é suficiente para jogar duas competições. A prova está no campo, quando não repetimos a intensidade física. Contra o River estivemos bem porque poupamos os titulares e foram sete dias de preparação. Jogar com a mesma base, por ter um elenco pequeno, deixa nossa intensidade baixa - começou o zagueiro.
Como não há como aumentar o elenco até quinta-feira, quando o time de Edgardo Bauza pega o The Strongest (BOL) na última rodada do Grupo 1 da Copa Libertadores da América, os tricolores precisam cumprir duas tarefas para tentar sair da altitude de La Paz classificado. A primeira, e mais simples, é descansar. Depois, a ordem é encontrar soluções para as fragilidades expostas diante do Audax, como a desorganização da equipe.
- Não podemos ser desordenados como fomos ontem (domingo). A organização tem que ser impecável, senão perderemos. Os estudos mostram que se corre 25% a menos na altitude, então é preciso ser inteligente para vencer as condições climáticas e as qualidades do rival. Somos superiores, mas precisamos ser ordenados. Temos que ser mais perfeitos do que em outros jogos. Com o começo de Libertadores que tivemos, conseguir essa classificação seria uma volta por cima importante e moral para a sequência do ano, mas temos de ser inteligentes para atacar - ponderou Lugano.
Caso seja eliminado pelo Strongest na quinta-feira, o São Paulo voltará a jogar somente no início de maio, com a abertura do Campeonato Brasileiro, contra o Botafogo. Por isso, a pressão por um empate ou vitória em La Paz é grande.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Lugano:
Como analisa sua atuação e a do time contra o Audax?
Obviamente que as sensações não são boas. Deixamos passar a chance do primeiro título do ano. Foi um jogo aberto que poderia ter sido 5 a 5, mas perdemos e estamos em uma situação incômoda. Foi ruim para todos nós, coletiva e inpidualmente. Estava feliz com minhas atuações anteriores, mas ontem obviamente foi uma sensação ruim. Sobre o jogo, até acho que criamos mais chances, mas sei que futebolisticamente fomos superados. Ninguém pode reclamar de ninguém no time, que foi a seu máximo.
Teme os efeitos de uma nova eliminação na quinta-feira?
Strongest é a grande batalha do semestre e possivelmente nosso jogo mais difícil do ano pelas condições da altitude. Temos que dar tudo em La Paz na quinta-feira para seguir com os objetivos. Ninguém pensa em perder, mas é uma possibilidade. O foco é recuperar de ontem para chegar a esse jogo tão difícil e especial em La Paz.
Por que o time não vence fora de casa?
É uma estatística dura da nossa realidade. Precisamos ganhar corpo para ganhar fora de casa, com o tempo teremos, mas hoje marca nossas limitações como time. Não é para ter vergonha e nem esconder. A realidade fala mais alto. Saíram muitos em 2015 e chegaram poucos em 2016, mas não podemos subestimar o São Paulo, pois são nas horas difíceis ele dá a volta por cima.
O São Paulo está abaixo dos rivais?
Fizemos menos pontos e gols do que os rivais, e menos jogos bons também. Estamos em um escalão abaixo, mas também ninguém jogou tanto quanto a gente. Não tem casualidade nisso. É um tema politico para brigar e ficar esperto, porque só o São Paulo tem jogos decisivos a cada dois, três dias. Não dá para ser assim. Falar todo mundo fala, mas falar nas horas ruins só alguns. Temos a oportunidade de virar a página em La Paz e seguir na Libertadores.
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