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Dorival explica por que Puerto Cabello foi jogo 'mais difícil' no São Paulo

Técnico do São Paulo se mostrou satisfeito com resultado após logística "complicada" - Kely Pereira/AGIF
Técnico do São Paulo se mostrou satisfeito com resultado após logística "complicada" Imagem: Kely Pereira/AGIF

Do UOL, em São Paulo

24/05/2023 00h31

O técnico Dorival Júnior, do São Paulo, classificou a vitória contra o Puerto Cabello como o jogo "mais difícil" que teve desde que assumiu o clube. Ele justificou ao abordar a longa viagem feita pela equipe até a Venezuela antes do duelo, válido pela Sul-Americana.

Viagem de "quase um dia". "Foi a partida mais complicada, mais difícil. Desde o momento que cheguei, entre Brasileiro e Sul-Americana, além de Copa do Brasil. [...] Estamos vindo de uma sequência muito pesada fazendo Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana. Tivemos essa última logística muito complicada: saímos de São Paulo praticamente à 0h de segunda e chegamos aqui às 17h. Foi quase um dia viajando. Não treinamos, assim como retornaremos e não conseguiremos fazê-lo."

Empenho do time. "A equipe está dando uma resposta muito boa. É a 10ª partida que estou à frente da equipe, jogamos sete vezes fora de casa e, mesmo assim, tivemos resultados importantes. Os jogadores estão entendendo as dificuldades que passamos, enfrentando toda e qualquer situação e tentando passar por cima de todas as possibilidades para que alcancemos resultados."

Time misto. "Tentei colocar quem estivesse melhor fisicamente pelo desgaste que tivemos, pelas dificuldades da última partida... alguns jogadores estiveram na partida anterior. Isso poderia fazer, pelo menos, com que o jogo ficasse mais igual por tudo que relatei em torno do desgaste. Acredito que tenha sido a opção correta, mesmo sacrificando alguns jogadores, como o Wellington [Rato]. Foi uma tomada de posição coerente e fico feliz não só pelo resultado, mas pela disposição da equipe dentro de campo, se doando o máximo para alcançarmos um grande resultado."

Mudanças de última hora do Puerto Cabello. "Os jogadores estavam treinados e preparados para toda e qualquer situação que aconteça na partida. Quando estávamos entrando, percebemos que a equipe adversária viria com uma modificação na sua postura tática. Deu tempo de fazermos uma pequena alteração que fez com que os jogadores se adaptassem. Fizemos uma alteração de posicionamento. São situações que acontecem dentro de uma partida e você precisa estar preparado para fazer com que, em uma mudança de comportamento, a sua equipe também esteja apto para dar uma resposta no tempo mais rápido possível. Foi isso que tentamos fazer, e a equipe se adaptou rapidamente. Foi um jogo taticamente interessante de se ver."

Sintonia entre titulares e reservas. "Tanto a equipe que inicia a partida e quanto a de fora estão conscientes do que está acontecendo e serão treinados para isso. Os períodos têm sido muito curtos, eu sinto muito porque poderíamos ter um tempo maior, não só de recuperação mas também de readaptação. Os jogadores estão dando uma resposta muito positiva, estão entendendo o que está acontecendo, estão procurando fazer o mais importante. Mesmo com o desgaste da viagem, fico satisfeito em ver a equipe lutando até o último momento, mesmo que tenha tido alguma dificuldade ao longo da partida, o que era um fato natural. A entrega deles é muito maior do que toda e qualquer situação adversa que por ventura tenha acontecido entre sábado e hoje."

Danny Pérez e Rodriguinho brigam pela bola em Puerto Cabello x São Paulo, jogo da Sul-Americana - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Danny Pérez e Rodriguinho brigam pela bola em Puerto Cabello x São Paulo, jogo da Sul-Americana
Imagem: Reprodução/Twitter

Rápida adaptação no São Paulo. "Tem que ter confiança naquilo que você desenvolve e acreditar nas qualidades da sua equipe. Quando cheguei aqui, a primeira coisa que falei [e pedi] é que todos se integrassem porque jogariam. Quando falo isso, não estou apenas tentando estímulo. Ao contrário: estou provocando uma situação porque sei que vou contar com cada um deles. Assim foi com todas as equipes que passei, desde o Santos em 2014. O Brasileirão exige demais, as distâncias são muito longas, há pouca recuperação, não tem como fazermos diferente. Fico feliz pela resposta que a equipe vem dando. Se colocarmos todas as copas anteriores, estamos [eu e minha comissão] há quase três anos sem uma derrota em Sul-Americana e Libertadores. Para mim, isso é satisfatório, porque é resultado e fruto de muito trabalho, entrega e dedicação, mas acima de tudo ,de entendimento dos atletas, tanto no São Paulo quanto nos times anteriores."

Elogios ao Puerto Cabello. "Sabíamos que teríamos muitas dificuldades aqui dentro, não só pela capacidade do time adversário — que é líder do campeonato com dez pontos de diferença, há um mérito muito grande. Na base da superação, do empenho e da dedicação, o São Paulo procurou, respeitando o adversário, fazer por merecer este belo resultado. É um resultado que nos mantém em ótimas condições por lutarmos pela classificação, que não será fácil. Estamos muito satisfeitos por tudo que a equipe vem desenvolvendo: lutando, se entregando... mesmo com poucos períodos de trabalho."

Alisson. "Já conhecia o Alisson, ele foi meu jogador no Vasco. Em toda mudança, é natural que você tente provocar os profissionais que de repente não estejam sendo aproveitados. Isso acontece assim também quando o Dorival sai de uma equipe. Não é culpa de um ou de outro. Conhecendo as qualidades do Alisson, era um jogador que, com certeza, nos ajudaria muito se estivesse totalmente recuperado. A função do treinador é você não abrir mão de um profissional — a não ser que ele não queira, aí é uma outra condição. Procuro sempre fazer isso nos clubes que passo. Vou sempre acreditar que o profissional queira e espere por uma oportunidade. Se ele estiver realmente disposto, com certeza ele terá, só depende dele. Pode ser que demore um pouco ou que acelere o processo, mas ele terá uma oportunidade."

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