Rafael Cabral supera ídolo do Cruzeiro e crava nova marca em reconstrução
Lohanna Lima
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte, MG
28/05/2022 04h00
Desde que chegou ao Cruzeiro, o goleiro Rafael Cabral faz questão de enfatizar que não chegou para substituir Fábio — seu antecessor e ídolo do clube —, mas sim para construir a sua própria história. Quatro meses após assumir a camisa 1 celeste, o atleta já atingiu marcas significativas que corroboram o discurso de novas páginas a serem escritas.
O Cruzeiro venceu o Criciúma, por 1 a 0, ontem, no Heriberto Hülse, pela nona rodada da Série B do Brasileiro, e Rafael chegou a sete jogos consecutivos sem sofrer gols. O jogador de 32 anos ultrapassou o ídolo celeste Dida, que registrou seis jogos seguidos sem ser vazado. Cabral já havia ultrapassado Fábio, que por duas vezes na história do clube — em 2012 e 2019 — ficou cinco jogos sem sofrer gols. O atual goleiro cruzeirense está atrás apenas de Raul Plasmann, que, em 1969, colecionou 11 partidas com a meta intacta.
Contra o Remo, na classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, Cabral foi o grande destaque da conquista da vaga ao defender quatro pênaltis na decisão. Em 2018, Fábio havia defendido três cobranças do Santos, no Mineirão, em partida de selou a classificação do time às semifinais daquele ano do torneio de mata-mata. Posteriormente, o time se tornaria campeão da edição pela sexta vez, sendo a segunda de forma consecutiva.
"Para mim, é uma honra dar o seguimento ao trabalho que ele fez. Não venho para substituí-lo. Não venho para substituir a história de ninguém. A história dele é inacreditável e linda. Venho para escrever minha história. Assim como ele não substituiu a história de outros goleiros, como Gomes, Dida, Raul Plasmann, Paulo César Borges. Vários goleiros que passaram por aqui. Venho construir minha história com muita humildade, muito trabalho e muita vontade", disse Cabral em sua apresentação no Cruzeiro em janeiro deste ano.
Relembre a saída
Fábio deixou o Cruzeiro em janeiro deste ano, após a chegada de Ronaldo Nazário à gestão do clube. Na ocasião, o goleiro, que atualmente defende o Fluminense, tinha a renovação de contrato acertada com a gestão anterior à SAF.
No entanto, Ronaldo e sua equipe não quiseram dar continuidade ao vínculo nos moldes anteriores e ofereceram ao goleiro a oferta de redução de salários e novo documento com prazo até o fim do Estadual deste ano, o que foi recusado pelo ex-camisa 1 celeste.
Para a vaga de Fábio, o Cruzeiro buscou Rafael Cabral, que defendia o Reading, na Segunda Divisão da Inglaterra, e que estava fora do Brasil desde 2013, após passar por Napoli e Sampdoria, ambos da Itália.