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Após ir atrás de Lucas Lima, por que o Santos busca tanto um armador?

O jogador Lucas Lima, do Palmeiras, comemora seu gol contra o São Caetano, durante partida válida pela primeira rodada, do Campeonato Paulista, Série A1, na arena Allianz Parque. - Cesar Greco
O jogador Lucas Lima, do Palmeiras, comemora seu gol contra o São Caetano, durante partida válida pela primeira rodada, do Campeonato Paulista, Série A1, na arena Allianz Parque. Imagem: Cesar Greco

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 04h00

O interesse do Santos na contratação de Lucas Lima surgiu de uma maneira bombástica. O meio-campista, encostado no Palmeiras e com um salário bem acima da realidade do futebol brasileiro, se tornou alvo de um clube que vem tendo sérias dificuldades de manter um elenco competitivo. O sacrifício seria feito em nome da necessidade de um armador tão desejado pelo técnico Fernando Diniz.

Sobre Lucas Lima, o clube desistiu de uma eventual negociação após forte reação de seus torcedores nas redes sociais. O jogador deixou a Vila Belmiro em 2017 rumo ao Palmeiras de uma maneira pouco amistosa. Ele não quis tratar de uma renovação contratual, e a transferência não rendeu nenhum centavo aos cofres alvinegros. Além disso, o desempenho dele em seu último semestre não deixou saudade.

Mas, diante de tantos obstáculos, por que o Santos se disponibilizaria a ter Lucas Lima de volta em seu elenco, pagando um salário volumoso? Vale lembrar que o clube de Vila Belmiro precisou se desfazer de jogadores importantes, como Diego Pituca, Soteldo e Luan Peres, para reforçar o caixa. Além disso, qual o nível de compensação esperado de um atleta que fez apenas oito jogos nesta temporada?

A resposta está no comandante santista. Desde que chegou ao clube, em meados de maio, Fernando Diniz está à procura de um "camisa 10" que ajude a resolver claros problemas ofensivos do time. No Campeonato Brasileiro, por exemplo, o Santos marcou apenas 17 gols em 16 partidas e está se notabilizando em um time que agride bastante, mas não sabe decidir os jogos a seu favor.

Assim que chegou à Vila Belmiro, Diniz aproveitou a formação de um meio-de-campo com dois armadores para favorecer o seu estilo de toque de bola. Jean Mota e Gabriel Pirani eram os responsáveis por levar a bola ao ataque.

Mas as pretensões do treinador estavam em outros clubes. O primeiro alvo foi Paulo Henrique Ganso, revelado no Santos e atualmente na reserva do Fluminense. Ainda que ele não atravesse boa fase há algum tempo, era considerado pelo técnico santista o jogador ideal para a armação de jogadas ofensivas. Pesava a favor do atleta o fato de ter sido jogador de Diniz no próprio Tricolor em 2019.

"O Ganso teve grande participação comigo no Fluminense. Se puder voltar, seria bom para todo mundo, mas tratamos disso internamente", disse na época o treinador santista sobre uma negociação que se arrastou até o meio de junho. O meia tricolor chegou a demonstrar interesse em voltar à Vila Belmiro, mas sua saída foi barrada pelo técnico Roger Machado. Assim como não ajudou a rejeição da torcida santista uma vez mais.

Com a negociação emperrada, o Santos teve oportunidade para trazer outro armador ao gosto de Diniz. O escolhido foi Nathan, que começava a perder espaço no Atlético-MG. O jogador já foi um dos meio-campistas preferidos no Galo, mas não conseguiu superar a concorrência das estrelas argentinas Nacho Fernández e Zaracho.

Nesse caso, o grande problema foi o financeiro, pois o Atlético-MG não gostaria de sair no prejuízo depois de ter investido R$ 18 milhões para tirar Nathan do Chelsea. A solução que apareceu foi uma troca por Marinho, que também envolveria a ida do zagueiro Gabriel para a Vila Belmiro. Essa negociação, porém, não evoluiu, e o Santos seguiu sem um armador.

Sem reforços, Diniz apostou em uma solução caseira para suprir a falta de um armador. Como o jovem Pirani já não respondia bem nessa posição, Carlos Sánchez foi alçado a essa função logo depois que se recuperou de uma grave lesão no joelho. Ele retornou ao time no dia 24 de junho e participou de todas as 16 partidas desde então.

Entrou aos poucos no time e, depois de sete jogos, assumiu a titularidade para não mais largar. Mesmo sem estar na posição em que mais gosta, Sánchez vem contribuindo bastante com o ataque. Nesse período, marcou cinco gols e já é o terceiro principal goleador do time na temporada. Está atrás de Kaio Jorge, com oito, e de Marinho, com sete.

A presença de Sánchez é bastante sentida nos jogos internacionais. Foi diante do Independiente, na Argentina, pela Copa Sul-Americana, que o uruguaio conquistou definitivamente seu lugar no time. E deu a assistência para o gol marcado por Kaio Jorge no empate por 1 a 1.

Diante do Libertad, pelas quartas de final, na Vila Belmiro, fez o primeiro gol em cobrança de pênalti e foi essencial para garantir a competitividade de um time que atuou a maior parte do segundo tempo com um jogador a menos em decorrência da expulsão do zagueiro Kayky. O capitão será testado novamente, amanhã (19), no Paraguai, onde o Santos depende de um empate para ficar entre os quatro melhores da Sul-Americana.

Ainda assim, Diniz parece decidido na recomendação de um novo armador para o complemento da temporada. O UOL Esporte apurou que a diretoria tem em mãos uma lista de alvos e espera fechar uma contratação nos próximos dias.