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Casares explica novo acordo para quitar pendências com elenco do São Paulo

Julio Casares, presidente do São Paulo, concede entrevista coletiva sobre os 100 primeiros dias de gestão Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

30/04/2021 14h18

O São Paulo vive bom momento dentro das quatro linhas e tenta se livras dos problemas financeiros nos bastidores. O presidente Julio Casares concedeu entrevista coletiva na tarde de hoje (30) e falou sobre os números que preocupam a diretoria em 2021. Com uma dívida de R$ 580 milhões, o clube conseguiu reduzir gastos em 10% no primeiro trimestre de 2021 e ainda ajustou o acordo com o elenco para quitar a pendência por causa do corte nos salários em meio à pandemia do novo coronavírus durante a temporada passada.

"Na verdade, o que assumimos de dívida está presente no balanço, principalmente de dívidas a curto prazo, algumas na Fifa. O São Paulo teve que trabalhar olhando para o campo e de forma técnica. Conversamos e propusemos algo aos credores. Algumas dívidas quitamos, até pelo caráter emergencial. Logo no primeiro trimestre, acertamos uma diminuição de custos de 10% das nossas despesas. Isso é importante, porque desafoga o produto fim, que é o futebol. Vamos aguardar o patrocínio para valorizar a marca. Para valorizar, você tem que recomeçar, zerar e reiniciar grandes negociações. Em paralelo, fizemos uma engenharia financeira para manter um time competitivo. É um conjunto de situações que requer disciplina financeira ao lado de uma ousadia na área do futebol", declarou o mandatário.

Outro aspecto que contou com o cuidado da gestão é o acordo firmado pela administração de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco. No início da pandemia, houve corte de parte dos salários do elenco e ficou acertado que os valores seriam pagos a partir de março de 2021. Em crise financeira, o clube precisou renegociar a situação com os atletas. A ideia é tratá-los como sócios em receitas futuras para que o valor seja quitado.

"Nós fizemos um planejamento, houve uma conversa com os atletas capitaneada pelo Belmonte, Muricy, Rui, Fernando e Nelsinho. Tevemos uma dívida com os atletas pelo direito de imagem do ano passado. Os direitos deste ano, de janeiro, fevereiro e março, estão em dia. Abrimos para os atletas para que eles sejam nossos sócios em futuras receitas. Quando voltar bilheteria, vai para esse bolsão de pendências, quando vendemos um jogador para o exterior ou tivermos o benefício da solidariedade, esse percentual também vai para os atletas. Firmamos isso com os atletas, e eles gostaram muito. O São Paulo vai honrar cada parceiro. As dívidas do São Paulo serão pagas. Se amanhã eu tiver uma receita que extrapole o meu cotidiano, vamos resolver essa pendência", afirmou Julio Casares.

O São Paulo tenta se reestruturar financeiramente depois de um déficit de R$ 126,9 milhões em 2020. A ideia é que o clube consiga reduzir gastos e sanear a elevada dívida nos bastidores.

Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva de Casares no Morumbi:

Marketing para Daniel Alves: "Nós temos uma área que está profissionalizada. O Eduardo Toni trabalhou bem e temos uma boa equipe de marketing. A questão de Daniel Alves deveria preceder o planejamento para depois vir o nome. Mantemos diálogo com o Daniel e com a equipe dele. Estamos tentando recuperar isso. Ele participa e tem uma boa vontade muito grande. Teremos notícias importantes em breve com a participação do Daniel. É um grande produto de marketing, de mercado, o maior lateral do mundo. Teremos, em breve, a questão do Daniel liquidada e também com os demais atletas".

Naming rights do Morumbi: "Quando você olha o que está acontecendo no mundo ou na pandemia, vê que a situação está difícil. Não tenho perspectiva muito grande no primeiro ano em razão da economia e da pandemia. A questão do patrocínio é para valorizar a nossa marca. Embora eu respeite as empresas parceiras e que foram corretas, elas terão a oportunidade de entrar na nossa jornada. É um São Paulo diferente que passa também pela ativação do estádio".

Necessidade de venda de jogadores: "A venda de jogador é algo que está prevista em orçamento. O ideal é que a gente não precisasse de dinheiro da venda de jogador. Se você pegar um co-irmão, ele vem há um, dois anos vendendo um jogador por ano. O São Paulo alargou o elenco e promove jogadores da base. Estão lá o Talles, o Gabriel Sara, o Igor Gomes, o Luan, o Vitinho, o Natan... Com esse elenco largo, você pode abrir mão de um ou dois jogadores, como fizemos com o Brenner, quando a proposta é muito boa. Nós queremos conquistas, mas temos que ser inteligentes. Vamos vender atletas quando for necessário, mas sem negligenciar a busca por títulos".

Escolha por Crespo: "O nosso processo de seleção foi extremamente profissional. Hernán Crespo e a sua comissão estão felizes e nós também. Pela técnica, pela fidelidade, estamos felizes pela filosofia de jogo. O mercado existe, a pretensão existe. É normal no mundo do futebol, mas temos convicção de que o Hernán e sua comissão altamente confiantes estão muito envolvidos no São Paulo. Ele faz com que todos estejam motivados. Teremos uma vida muito longa, com ele nos respeitando, a gente o respeitando. Ele tem perfil de respeito e equilíbrio. Entram times com o mesmo perfil. É sinal de trabalho, uma comissão que trabalha em dia de jogo, mas tem, sobretudo, o comprometimento com o grupo".

Crespo no dia a dia do São Paulo: "Ele é uma pessoa que tem uma simplicidade, abre caminhos para diálogos, mostra através do exemplo como profissional e técnico o exemplo do trabalho. É uma pessoa que se esforça para respeitar a instituição. Está fazendo curso, tem falado um português bem apropriado. É uma pessoa que tem diálogo aberto com os atletas. Você não viu ainda o Crespo individualmente exaltar, ele enaltece o trabalho em grupo. Esse coletivo é o que nos dá a sensação e mostra que é uma visão, um perfil diferente. Ganhar ou perder é questão de jogo. É um trabalho que está se iniciando. Temos que ter humildade, pés no chão e compor, a cada dia, um tijolinho nessa construção. O São Paulo precisava de um líder, como é o Hernán Crespo. Tínhamos 17 jogadores formados em Cotia contra o Ituano. Ele está trabalhando muito bem com a nossa mão de obra, que é muito boa".

Contratação de grandes nomes: "Na minha visão, temos que ter um jogador experiente, jogadores fora de série, como Miranda, Daniel Alves, William, Eder... E você tem que fazer um mix, com jogadores como Benítez, Bruno Rodrigues e a força e a energia da base. O que não podemos é fazer um investimento muito alta e desequilibrar o elenco. O elenco do São Paulo tem equilíbrio. O São Paulo tem um elenco equilibrado e é capaz de enfrentar desafios. Esse equilíbrio do elenco é para que a gente possa ousar e usar estratégias diferentes. Foi um trabalho olhando o elenco, orçamento e a composição dos jogadores. É um equilíbrio, a média do São Paulo está entre 25, 26 anos. Veja o caso do Galeano, um jovem que estava aqui sem o contrato renovado e nós renovamos. As joias de Cotia são nossa prioridade. Teremos um elenco muito mais capacitado".

Situação de Galeano: "Todo grande jogador do elenco, o São Paulo vai trabalhar para que ele permaneça. O São Paulo trabalha com transparência e equilíbrio dentro do orçamento. Vou dar o exemplo do Gabriel Neves. Nós queríamos e não trouxemos, porque não cometeríamos o erro de fazer o investimento acima do que podemos. O Galeano continuará no São Paulo, assim como outros valores. Nós acreditamos que o Galeano, assim como fizemos o esforço lá atrás, vai continuar no São Paulo".

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