Mattos recebeu ligação de Sampaoli antes de acerto com o Atlético-MG

O Atlético-MG se acertou com Jorge Sampaoli em 1º de março. Doze dias mais tarde, o clube anunciou a contratação de Alexandre Mattos para o departamento de futebol. As tratativas para convencer o executivo a recusar o projeto do Reading, da Inglaterra, para ir à Cidade do Galo tiveram até telefonemas do argentino para o dirigente.

Sérgio Sette Câmara, presidente do clube mineiro, foi quem conduziu as negociações. Porém, durante as conversas, contou com o auxílio de Jorge Sampaoli para chegar a um acordo com Mattos. O executivo relatou como se deu o fato em entrevista ao UOL Esporte.

"Conversamos várias vezes, nos encontramos várias vezes [com o mandatário do clube]. Ele veio com esse convite, junto com o Sampaoli, que também me ligou. O Sampaoli me ligou duas, três vezes e conversou muito: 'Olha, quero muito que você venha para esse projeto, também'. As coisas foram culminando para essa vinda e essa felicidade, hoje, de estar num clube que eu tenho certeza que está se organizando e planejando para encontrar o patamar que outros estão hoje", disse Alexandre Mattos.

O entusiasmo demonstrado por Jorge Sampaoli nas conversas prévias é visto também no dia a dia do clube. O argentino mantém a animação para o trabalho e, de acordo com Mattos, não é de difícil trato.

"Não é difícil de se lidar. Ele é intenso. O Sampaoli é intenso. Ele é um profissional ansioso, intenso, que vive aquilo ali. Eu brinco que é um leão que está enjaulado, agora, em casa, porque não consegue sair para fazer o que ele quer, que é trabalhar, montar o time. Ele quer ser campeão, ele quer estar na parte de cima, ele quer ser protagonista. Às vezes, a gente precisa frear um pouco, às vezes, precisa dar tempo ao tempo para as coisas acontecerem, principalmente, no momento em que nós estamos vivendo, que é um momento diferente", comentou.

"Ninguém viveu isso que nós estamos passando, agora. Venho conversando muito com ele. Ele acredita no projeto. Eu cheguei depois dele e, obviamente, que depois da minha chegada, com a parada, mudou-se o mundo. Não mudou só o Atlético-MG, não mudou só projeto, mudou o mundo. Não à toa nós estamos aqui, fazendo uma entrevista de casa. A gente não imaginava isso 60 dias atrás. Então, o mundo mudou. As relações mudaram, as consequências nós só vamos saber depois que tudo passar, e a gente nem sabe quando vai passar. Ao mesmo tempo, você tem que ir mostrando para ele que a ideia não mudou, pode mudar uma ação, pode mudar uma tomada de decisão, pode mudar uma ideia inicial, mas a ideia do projeto, do fim do projeto, que é um Atlético-MG na parte de cima, brigando, protagonista, isso não mudou", acrescentou.