Clima político no Botafogo esquenta e tem até agressão em estádio
Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro
02/11/2019 04h00
A delicada situação do Botafogo dentro e fora de campo deixou o clima quente nos últimos dias. Os grupos de oposição ao Mais Botafogo, que tem o poder nos últimos cinco anos, levantaram a voz. As críticas, no entanto, não têm sido bem aceitas. Mais que isso. Alguns conselheiros chegaram até mesmo a trocar sopapos durante a derrota para o Cruzeiro no Nilton Santos, na última quinta-feira (31).
Após o segundo gol, anotado por Ederson, já nos acréscimos, opositores que se encontravam no estádio iniciaram um protesto contra o grupo político da situação. Alguns xingamentos foram proferidos e isso foi o gatilho para que um grupo de conselheiros da situação iniciassem o confronto rapidamente contido pelos demais torcedores no local.
O 'barraco' não foi uma novidade. Alguns dos envolvidos apresentam um histórico em outras confusões após discussões sobre o futuro do clube. Com pavio curto, eles podem até mesmo serem punidos pela diretoria pela reincidência. Ameaças e ofensas têm ocorrido constantemente nas reuniões do conselho deliberativo.
Vale ressaltar que a situação piorou ainda mais com a péssima campanha feita pelo Botafogo neste segundo turno. Nos dez jogos até aqui, foram oito derrotas e apenas duas vitórias. A distância para a zona de rebaixamento caiu consideravelmente e apenas três pontos separam o Alvinegro da degola.
Além disso, o processo de transformação do Botafogo em empresa também contribui para o clima quente. Oposição cobra mais transparência ao clube, que tem divulgado notas sociais a cada avanço no projeto, o que é considerado pobre.
Por fim, as eleições se aproximam a cada dia. No fim de 2020, haverá pleito para decidir o novo presidente, que ficará mais restrito ao social após a profissionalização do futebol do Botafogo. Carlos Eduardo Pereira que foi o mandatário máximo pelo Mais Botafogo entre 2015 e 2017 abandonou o grupo no início do ano.