Juca Kfouri

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Reportagem

São Paulo joga bola e respeita o torcedor em noite de Axel

Diferentemente de Corinthians, Flamengo e Palmeiras, mesmo em situação mais confortável na Copa do Brasil porque com vitória por 3 a 1 no jogo de ida, o São Paulo não foi sovina diante de sua torcida e do paraense Águia de Marabá, da Série D.

Por mais que o gol tenha demorado a sair, chances o Tricolor criou, uma desperdiçada por André Silva na pequena área, aos 13 minutos e, cinco minutos depois, duas salvas por dois milagres seguidos do goleiro Axel Lopes, um gaúcho de 31 anos, que deixou o Morumbi boquiaberto.

Ele estava no chão na primeira defesa e voou feito gato para evitar que o centroavante fizesse o gol de cabeça no rebote. Certamente das mais belas defesas da temporada.

Houve até dúvida se Axel havia mesmo evitado que a bola entrasse, tal o grau da dificuldade da defesa, mas o VAR confirmou o não-gol.

O São Paulo foi empilhando chances até que Erick foi derrubado na área e Lucas Moura, em noite feliz, bateu o pênalti para fazer 1 a 0, aos 35.

O São Paulo respeitava o adversário e a torcida, que é exatamente o que profissionais do futebol devem fazer.

Mesmo na frente o time não tirou o pé e seguiu jogando com leveza e arte.

Ainda no primeiro tempo, aos 43, o zagueiro venezuelano Ferraresi desarmou a defesa paraense, deu a bola para Erick, recebeu de volta ao abrir pela direita e cruzou na cabeça do companheiro para fazer 2 a 0.

O ingresso estava pago.

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Rafael, Arboleda, Alan Franco, Wellington, Alisson, Ferreirinha, Luciano, entre outros, a tudo viam no banco, sem queixas.

Luis Zubeldia dava ritmo a jogadores como Lucas Moura, via mais uma boa exibição de Galoppo e a torcida se divertia.

Era de se prever um segundo tempo menos intenso, modo poupança, embora houvesse titulares para entrar.

Verdade que logo aos 5 minutos, Galoppo perdeu gol feito em rebote de Axel depois de arremate de Nestor.

Não, o São Paulo não parava e, aos 8, André Silva teve o 3 a 0 na cabeça e mandou-o por cima.

Sim, era jogo de um time só.

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Que começou a ficar monótono aos 15 e exigir de Zubeldia que botasse sangue novo para alegrar a torcida.

Não demorou três minutos e Luciano, Rodriguinho e Juan foram chamados para buscar o terceiro gol que Axel evitou aos 18, em cabeçada de Galoppo.

André Silva, Nestor e Luca Moura, ovacionado.

Estava tão fácil que ficou difícil, porque a concentração começou a ir para o espaço e os erros de passes mais decisivos aconteciam sucessivamente.

Tudo bem. Em jogo de time de Série A contra D a gente espera, no mínimo, 4 a 0, e a falta de mais gols incomodava também o treinador que mandou Alisson e Ferreirinha para o jogo, aos 28, nos lugares de Erick e Galoppo.

Zubeldia ria no banco em noite de relaxamento absoluto e inesquecível para Axel Lopes, o personagem do jogo que o Águia de Marabá perdeu, mas manteve a dignidade.

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A entrada de cinco jogadores incrementou a disposição tricolor, embora não a ponto de exigir muito do Águia.

Mas, aos 42, Ferreira foi ao fundo e deu para Rodriguinho mandar no canto, indefensável.

Axel defendeu!

Como defendeu, dois minutos depois voltou a defender, cara a cara, o chute de Ferreira.

Finalmente, aos 47, não deu. Pela esquerda, entre Axel e a trave, Juan fez 3 a 0, mas o VAR anulou, corretamente, por falta na origem do lance.

São Paulo se divertiu e conheceu Axel com 38 mil torcedores.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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