Para ajudar aluno de 8 anos com câncer, escola promove aulas em sua casa
A professora Barbara Heim deu aulas no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, por 35 anos. Mesmo prestes a se aposentar, ela não diminuiu o empenho em promover o melhor ensino possível a seus alunos. Um deles, em especial, recebeu visitas rotineiras da professora para conseguir acompanhar as aulas de sua turma.
Depois do trabalho, Barbara dirigia da Escola Elementar Conneaut Valley até a casa de Harrison Conner, um garoto de oito anos que luta contra o câncer. Ela estava fazendo isso desde o ano passado e costumava ensiná-lo durante uma hora.
Harrison não consegue acompanhar as aulas em sua escola desde o fim de 2019. Apesar de querer voltar a estudar em sala, sua saúde frágil não permitia que ele saísse de casa.
"Eu queria fazer isso e ele queria aprender", disse a professora ao jornal The Washington Post. "Eu adoro ensinar desde que era criança, e isso apenas estendeu um pouco meu dia de trabalho. Não é nenhum fardo".
Apoio de toda a turma
No início de 2020, Harrison foi diagnosticado com leucemia. Barbara foi uma das primeiras pessoas a notar que ele podia estar com um problema de saúde e, ainda no fim do ano anterior, notificou o diretor e a enfermeira da escola sobre as suas preocupações. "No recreio, ele ficava muito cansado e tinha que se sentar", disse ela, acrescentando que o menino começava a ficar pálido sempre que estava ativo.
Ainda assim, a notícia a pegou de surpresa e, para ela, teve um peso ainda maior devido ao contato pessoal que ela teve com a doença. Barbara perdeu a mãe para o câncer em 2015 e imaginou a dor que a família de Harrison devia estar passando. Felizmente, o menino reagiu bem ao tratamento e está se recuperando.
"Eu acredito que fui feita para ser sua professora, especialmente considerando o que experimentei com minha mãe", reflete. Junto com seus outros alunos, ela preparou atividades e surpresas para levar o máximo de alegria que pudesse para o garoto durante esse período difícil.
"Nós, como uma classe, nos juntamos e começamos a escrever para ele e a fazer cartões", conta. Além dos bilhetes carinhosos, os colegas também enviavam guloseimas e faziam reuniões regulares com ele por meio de videoconferência para que conseguisse se sentir incluído na turma.
Mas, às vezes, até as videochamadas eram uma tarefa pesada demais para ele. O tratamento quimioterápico foi desgastante não apenas para o seu físico, mas também para a sua mente.
Aulas em casa
Apesar de ainda ter mais alguns meses de tratamento pela frente, a boa notícia é que agora a doença segue em remissão. Com a melhora contínua em seu estado de saúde, surgiu a ideia de levar o aprendizado para dentro de casa. Em contato com os pais, a direção da escola sugeriu que a professora Barbara fizesse as aulas presencialmente.
Após todos estudarem formas de tornar as visitas mais seguras para Harrison e consultarem sua equipe médica sobre essa possibilidade, a professora começou a frequentar a casa do garoto.
Durante esse período, ambos usavam máscara e permaneciam separados por uma divisória de acrílico ao se sentarem frente a frente na sala de jantar. Ali, a criança recebia aulas de leitura, redação, ciências, matemática e estudos sociais. Com isso, em pouco tempo a professora conseguiu passar todo o conteúdo que ele havia perdido.
Mas ela levou mais do que atividades educativas. "Durante toda essa jornada, ela foi muito mais do que uma professora. O apoio que deu à nossa família excedeu em muito tudo que eu esperava", conta a mãe, Suzanne Conner.
Embora assuma que existem dias ruins e, às vezes, a energia de Harrison esteja baixa, Barbara afirma que ele é um excelente aluno e adora aprender. Atualmente, como ela está se aposentando, outra professora da escola vem assumindo as aulas individuais desde maio. Barbara fez questão de se certificar de que a transição deixasse o aluno confortável e seguro para continuar as atividades.
De volta à escola
Hoje, Harrison está se preparando para voltar à sala de aula. Em uma atualização publicada no dia 13 de agosto no Facebook, a família contou que ele vai começar a ter aulas na escola por meio período em algumas semanas. "Ele está tão animado e isso melhora um pouco a nossa ansiedade com relação a tudo", diz o post.
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