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Exemplos de quem combateu o bom combate dão caminho contra Covid-19

Antes da quarentena, portugueses já estavam em casa Imagem: Getty Images

Carina Martins

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

06/05/2020 18h24

Não terá sido por falta de exemplos qualquer má decisão que se venha a tomar. A vantagem de não ter estado na primeira onda de nações atingidas pelo novo coronavírus não é pequena, e deve servir como fonte de conhecimento, conselho e, nos bons casos, alento.

Portugal, por exemplo, tão próximo a exemplos trágicos como os de Espanha e Itália, aprendeu com os erros de outros e adotou o isolamento rápido e de maneira disciplinada. Antes mesmo da ordem - que não demorou a vir - "muitas lojas de rua e restaurantes já tinham decidido encerrar, por conta própria, em nome de um "dever cívico de recolhimento", conta o relato da receita portuguesa de como o país se tornou exceção na pandemia. Hoje, o país é "alardeado pela imprensa internacional (...) como "um exemplo", "exceção", "um ponto fora da curva"". Para quem quiser seguir, tem receita

Encarando de frente

No Brasil, apesar do exemplo e confusão de o Executivo desde sempre ter optado pela negação - da gravidade, da necessidade de isolamento, da criação de pacotes robustos de emergência -, muita gente tem combatido a realidade de frente. Alguns chefs e donos de restaurante, assim como no caso português, fecharam suas portas antes de serem obrigados, mesmo sendo de um dos setores mais diretamente afetados pelas medidas. "O que me preocupa muito é a falta de educação dentro do nosso país e a ansiedade de ir para a rua e não esperar a natureza. Precisamos aprender a esperar as coisas no tempo certo", diz Janaina Rueda, do Bar da Dona Onça, no centro de São Paulo. Ela e outros empresários como ela estão pensando e propondo soluções, alternativa que os exemplos europeus indicam ser mais eficaz do que matar vírus no grito.

Indícios escandinavos

Na Dinamarca, onde escolas, empresas e lojas foram fechadas e a circulação foi reduzida, a queda do PIB e o aumento do desemprego em 2020 têm estimativas melhores do que as dos vizinhos que não adotaram essas medidas. Não somos a Dinamarca, mas a Suécia e a Finlândia são quase, e a comparação é entre eles.

Aço

A jovem estudante Moanam Couto, de 20 anos, também é dessas pessoas que prefere agir. Dois meses antes do início do isolamento, ela havia começado um movimento social dentro da Favela do Aço, no Rio de Janeiro, onde mora. Semanas depois, o projeto já havia se reorganizado para o objetivo mais urgente da pandemia. Hoje, ela lidera a arrecadação e distribuição de itens que sustentam centenas de famílias. Vai empurrando o carrinho de mão pelas vielas e entregando. O Universa contou a história dela aqui.

Isolamento melhor

Na cidade de São Paulo, que concentra 20% dos casos do país, a diminuição da adesão ao isolamento pode dar a impressão de que ele está acabando. Mas isso está longe de ser verdade, e a experiência mostra que é melhor não fingir. O prefeito Bruno Covas anunciou que, em cerca de duas semanas, os CEUs (equipamentos municipais que funcionam como grandes centros educacionais e esportivos) terão sido adaptados para receber pessoas que tenham Covid-19, mas sejam assintomáticas e dispensem cuidados hospitalares. Isso porque a situação de moradia de muitos paulistanos faz com que seja difícil manterem um isolamento adequado em suas casas. Nesses casos, elas poderão se abrigar nos CEUs adaptados até não estarem mais contagiosas. A favela fez primeiro que o prefeito.

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