O desafio de Fogaça e Mayry para lançar o Instituto Olivia ganhou mais um obstáculo quando o Conselho Federal de Medicina publicou uma resolução restringindo o uso do CBD no Brasil.
Na nova norma, os médicos só seriam autorizados a receitar o canabidiol para o tratamento de epilepsias de crianças e adolescentes que não respondessem aos tratamentos convencionais para Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e para o Complexo de Esclerose Tuberosa.
A decisão pegou de surpresa Henrique Fogaça, que foi às redes sociais manifestar-se contra a decisão ao lado da filha Olivia.
O efeito de causa e consequência não pode ser comprovado, mas é fato que depois da repercussão que o vídeo teve (até o momento de publicação dessa reportagem, no Instagram, o vídeo contava com mais de 400 mil visualizações) o CFM revogou a norma e abriu uma consulta pública para debater o caso.
"O CFM compreende os anseios de pacientes e seus familiares com respeito ao tratamento de doenças, porém entende ser fundamental que todas as decisões sobre o uso ou não de determinadas substâncias sejam tomadas de forma isenta", disse a entidade em nota.
"A indústria farmacêutica lucra vendendo remédios, se você entra com o CBD que serve para diversas patologias, o quanto [de dinheiro] que eles não vão perder, né? Então, rola essa guerra de interesse. As pessoas que criam as leis, que vão aprovar ou não o uso do CBD, deveriam ter mais humanidade, olhar mais para as pessoas", afirmou Fogaça sobre o caso.
A postura do chef, carinhosa ao falar sobre a filha Olivia, muda quando o assunto gira em torno das políticas do uso medicinal (ou não) da maconha. "Você não vê maconheiro matando os outros... Agora, alcoólatra você vê atropelando, dando facada, dando tiro".
Para romper o que Fogaça acredita ser uma falta de conhecimento, que gera preconceito contra o uso do canabidiol, o pai e ativista reafirma seu ativismo em defesa do CBD: "Sou muito grato em ter conhecido canabidiol e, como pai, sou um instrumento da minha filha para poder disseminar essa informação. Conhecimento é poder e, se você não tem conhecimento, você tem preconceito".