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Promotoria alemã: "menos de 10 pessoas" lideraram fraude da VW

Em Berlim (Alemanha)

16/10/2015 10h56

A investigação criminal em curso na Alemanha sobre o caso dos motores adulterados da Volkswagen identificou "menos de dez responsáveis" pela fraude, indicou nesta sexta-feira à AFP Klaus Ziehe, porta-voz da promotoria de Brunswick (norte do país).

A fabricante admitiu no mês passado que 11 milhões de veículos em todo o mundo foram equipados com um programa que manipulava, em propulsores a diesel da família EA189, os resultados em testes de emissões de poluentes.

Segundo Ziehe, "mais do que dois, mas consideravelmente menos do que dez" funcionários do grupo são suspeitos de estar na origem da instalação.

Ultich Hackenberg, ex-diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Audi - Rebecca Cook/Reuters - Rebecca Cook/Reuters
Ultich Hackenberg, diretor desenvolvimento da Audi, é suspeito de ter liderado o esquema ao lado de Wolfgang Hatz, que ocupava o mesmo cargo na Porsche
Imagem: Rebecca Cook/Reuters
Os suspeitos

Na semana passada, o novo presidente-executivo da montadora, Matthias Müller, anunciou a demissão de quatro pessoas, "incluindo três diretores responsáveis em diferentes momentos pelo desenvolvimento dos propulsores".

Entre eles, segundo a imprensa alemã, estariam o diretor de desenvolvimento da Audi, Ulrich Hackenberg, e seu colega Wolfgang Hatz, que ocupava o mesmo cargo na Porsche. A fabricante não confirmou a notícia.

A promotoria continuará a investigar o caso, que abalou a companhia alemã a ponto de levar o então CEO, Martin Winterkorn, a ser destituído do cargo. Além da investigação da justiça alemã, a Volkswagen realiza apuração interna de forma paralela sobre o assunto, tendo contratado um escritório de advocacia dos Estados Unidos para ajudar a esclarecer os fatos.

No Brasil, somente a picape Amarok é equipada com motor a diesel da família. Até agora, a divisão nacional da fabricante não informou se o modelo foi ou não afetado pela fraude. O Ibama (instituto do meio ambiente) ameaçou multar a marca em até R$ 50 milhões caso o escândalo se estenda ao país.