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Carros elétricos: 4 milhões de unidades vendidas em 2022 são suficientes?

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Colunista do UOL

12/08/2022 16h08

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O primeiro semestre registrou crescimento impressionante de 63% nas vendas de veículos elétricos puros e híbridos plug-in no planeta comparado com mesmo período do ano anterior. No total foram 4,2 milhões de unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus entregues aos clientes em todos os continentes.

É claro que as vendas por aqui representaram uma fração irrisória deste volume. Até 26 de julho, segundo a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, foram negociados 23 mil modelos elétricos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV), automóveis, comerciais leves, SUVs e utilitários. Este volume representa crescimento de 31% sobre igual período de 2021.

Já na China foram comercializados no primeiro semestre 2,4 milhões de veículos PHEV e BEV, crescimento de 121% na comparação com o ano anterior. Nos Estados Unidos as 580 mil unidades desses modelos com baixa emissão representaram um avanço de 59% nas vendas do primeiro semestre. Na Europa as vendas cresceram apenas 5% por causa da guerra na Ucrânia, segundo informações da consultoria SNE Research.

Mesmo demonstrando que há uma curva ascendente nos principais mercados globais, ou seja, uma maior procura pelos veículos com baixíssima ou nenhuma emissão, o resultado ainda não traz impacto significativo no objetivo de transformar a mobilidade eliminando o CO2.

No ano passado foram vendidos pouco mais de 56 milhões veículos de passeio novos no mundo. Somando outros 26 milhões de veículos comerciais o planeta comprou 82,6 milhões de unidades segundo a organização internacional dos fabricantes.

A expectativa é que em 2022 haja uma leve redução nas vendas globais, ou até uma repetição do resultado de 2021. Considerando essas projeções, e a repetição do desempenho das vendas de elétricos e híbridos plug-in no segundo semestre, esses modelos representariam, na melhor das hipóteses, quase 10% de todos os veículos zero-quilômetro negociados no planeta.

No primeiro semestre a liderança das vendas ficou com a chinesa BYD com 647 mil veículos entregues aos seus clientes. O crescimento de suas vendas foi de 323% sobre o primeiro semestre do ano anterior, segundo a SNE, elevando sua participação a 15% de todas as vendas desses modelos.

Em segundo lugar ficou a Tesla com 575 mil veículos vendidos e 13% de market share. Em terceiro veio outra chinesa, a SAIC, com 370 mil unidades, seguida pela Volkswagen com 316 mil veículos BEV ou PHEV.

A coreana Hyundai Kia Motors comercializou 248 mil unidades, a chinesa Geely, 233 mil, a Stellantis 228 mil e a Renault-Nissan 191 mil veículos com baixíssima ou nenhuma emissão.

A maior participação desse novo mercado de veículos elétricos e plug-in, no entanto, está na soma das vendas das marcas que não atingiram 1% de market share no primeiro semestre. Foram negociadas 821 mil unidades dessas marcas, muitas delas novatas no universo automotivo.

Este volume representa 19% de participação nas vendas totais e uma clara disposição do consumidor de provar algo novo, o que pode ser interpretado como um alerta às tradicionais fabricantes que ainda não entraram para valer na eletrificação automotiva.

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