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Vai um Axé? Licor com cravo e canela é sucesso no Carnaval de Olinda

Além do frevo, dos blocos, dos Bonecos Gigantes e outros patrimônios culturais, o Carnaval de Olinda tem mais uma protagonista: a bebida alcoólica Axé.

O que é o Axé?

A bebida leva cachaça, açúcar, cravo, canela, gengibre e outras ervas. É vendida o ano inteiro em Olinda, mas a procura aumenta no Carnaval.

À frente da produção está a artesã olindense Shirley Castro, 43. A Casa do Axé, na rua do Amparo, em Olinda, tem o registro da bebida como licor no Ministério da Agricultura e no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual).

O Axé é uma iguaria africana e fincou terreno em Olinda. A gastronomia africana tem influência na gastronomia olindense e foi desenvolvida essa receita. É um blend de sucesso o ano todo, mas é alta estação no Carnaval, as vendas aumentam bastante.
Jipson Moura, 49, gestor em projetos culturais e marido de Shirley

O Axé é barato. A garrafinha de plástico de 200 ml custa R$ 8, enquanto a de 500 ml, R$ 15.

O UOL provou a bebida, que é doce, gostosa e "perigosa" no teor alcoólico (30%). Com o perdão das referências, parece uma mistura de Catuaba e Canelinha.

Ameaça para o xeque-mate?

A bebida é vendida para outros estados e, neste ano, Jipson disse estar "forte" no Carnaval de Belo Horizonte. "Enviamos um lote para lá. Está sendo bem aceito no Carnaval de BH".

No Carnaval de 2017, a venda da bebida foi proibida pela falta de registro. A Casa do Axé só voltou a comercializar o licor quando a situação foi regularizada. Jipson diz ver perseguição religiosa, já que o nome Axé vem da religião candomblecista. "A gente já operava no Sítio Histórico há cerca de 20, 25 anos, e a gente precisou da viabilidade e o patrimônio negou usando a lei. Mas a gente vê que a concorrência vive irregular, a gente tem a sensação de uma perseguição política em cima do produto", disse.

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Mas a gente oferece qualidade. Hoje em dia nós temos um engenheiro químico que assina a responsabilidade técnica do produto. Nós estamos felizes hoje, porque tentaram tirar a gente do mercado e nós estamos de volta, gerando renda, emprego e trabalho para pequenos e médios comerciantes que estão representando nosso produto.
Jipson Moura

*As repórteres viajaram a convite do evento

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