Há pouco mais de cinco meses, em janeiro de 2021, o Brasil chegava a 200 mil mortes por covid-19. Era uma tragédia inacreditável, mas o início da vacinação em diversos países trazia, para muitos, a esperança de que logo a situação começaria a melhorar por aqui.
No entanto, a demora do governo federal para comprar vacinas, ainda em 2020, fez com que o país ficasse "no fim da fila". A imunização avançou em passos lentos, enfrentamos uma "segunda onda" terrível e o resultado está aí: atingimos meio milhão de vidas perdidas, em 19 de junho.
Pais, mães, filhos, amigos. Famílias inteiras foram destruídas e os profissionais da linha de frente estão esgotados de tanto lutar contra uma pandemia que parece não ter fim. Mas, apesar de difícil, a única opção deles é essa.
Para mostrar os diferentes desafios enfrentados e um pouco do "lado humano" dos médicos que estão nessa batalha, VivaBem ouviu Ho Yeh Li, infectologista do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), um dos principais centros de saúde públicos do Brasil; e Paula Salvador de Toledo, intensivista do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D'Or São Luiz, hospital particular localizado em um bairro nobre da capital paulista, que atende predominantemente pessoas de classe média alta.