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Meningite mata 10 em SP; quem deve tomar vacina para se prevenir?

Imagem: Pixel_away/iStock

De VivaBem*, em São Paulo

06/10/2022 13h56

São Paulo teve mais uma morte por meningite, segundo a Secretaria Municipal da Saúde da prefeitura. Desta vez, foi um homem de 22 anos e, além dele, há uma mulher de 20 anos que está sendo tratada. Os dois casos foram registrados entre segunda-feira (3) e terça-feira (4).

Só neste ano, na capital paulista, essa já é a 10ª morte provocada pela meningite meningocócica, uma doença grave, bastante contagiosa e que pode provocar sequelas ou até morte.

A cidade vive um surto nas regiões da Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste, onde já foram registrados cinco casos. No entanto, a Secretaria de Saúde enfatiza que os novos casos são isolados e não têm relação com o atual surto.

O que causa a meningite?

As meninges são membranas de tecido conjuntivo que envolvem o cérebro e a medula espinhal, com o objetivo de proteção. Quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas e chegar às meninges, elas se inflamam e causam as meningites.

As meningites bacterianas e virais são as mais importantes em termos de saúde pública, por sua capacidade de causar surtos. A meningite meningocócica (causada pela bactéria Neisseria meningitidis) é a mais grave, mas outros organismos também podem estar envolvidos. Vírus, fungos e alguns protozoários também podem causar a doença.

Além da Neisseria meningitidis (meningococo), as principais causadoras de meningites bacterianas são o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae. Existem tipos (sorogrupos) diferentes de meningococo, sendo que os principais responsáveis pela doença são: A, B, C, W e Y.

Quem deve ser vacinado neste momento?

A vacinação é a forma mais eficaz de evitar a infecção, complicações e mortes associadas à doença. O imunizante contra meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3 meses (1ª dose), 5 meses (2ª dose) e 12 meses (reforço) —VivaBem tem uma cartilha de vacinação para a família toda, baixe aqui.

Já a vacina meningocócica ACWY, que também previne a doença, é aplicada na faixa etária de 11 a 14 anos de idade —a idade foi ampliada recentemente para adolescentes de 13 a 14 anos até junho de 2023.

Quando ocorre algum surto, a vacinação contra meningite passa a ser ampliada para adultos. No caso, pessoas de três meses a 64 anos de idade que moram, estudam ou trabalham nas regiões afetadas (perímetro delimitado de 3 km dentro da região Vila Formosa e Aricanduva) podem tomar a vacina.

São 4 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) disponíveis: Jardim IVA, Guarani, Vila Formosa II e Comendador José Gonzalez.

Para receber o imunizante, é necessário apresentar comprovante de endereço, trabalho ou de estudo. Para consultar se o endereço de residência, de emprego ou escolar está contemplado no perímetro delimitado para a vacinação basta clicar aqui e verificar as ruas contempladas no bloqueio vacinal.

De acordo com a prefeitura, desde o último dia 17, já foram vacinadas quase 20 mil pessoas com as vacinas meningocócica C e ACWY na região dos distritos.

Outras dicas gerais de prevenção incluem:

  • Lavar as mãos com frequência, especialmente após trocar fraldas, usar o banheiro, antes de comer e ao assoar o nariz;
  • Cobrir a boca ao espirrar ou tossir;
  • Manter os ambientes sempre ventilados;
  • Ter uma dieta equilibrada e fazer exercícios;
  • Seguir as orientações médicas para manter doenças crônicas sob controle.

Tem tratamento?

A maioria dos casos evolui para a cura, mas é fundamental que os cuidados sejam iniciados o quanto antes, principalmente no caso da meningite bacteriana —que está por trás do atual surto na capital paulista. O risco de morte por meningite meningocócica é alto: de 10% a 20%, segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), podendo chegar a 70% se houver infecção generalizada (meningococemia).

No caso das meningites bacterianas, como a do tipo C, o tratamento é feito com antibióticos aplicados na veia. Nesse caso, é necessária a internação hospitalar. Quanto mais rápido o tratamento começar, menor a possibilidade do quadro evoluir mal. Em muitos casos, a meningite pode causar convulsões. Na bacteriana, se o quadro não for tratado a tempo, há risco de lesões cerebrais, morte ou sequelas.

*Com informações de reportagem publicada em 28/09/2022.

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