EMA autoriza uso do antiviral remdesivir contra a covid-19 na Europa
Da AFP, em Haia
25/06/2020 10h24Atualizada em 25/06/2020 12h07
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou o uso e a venda do antiviral remdesivir para o tratamento de caso graves da covid-19 na União Europeia (UE). A comercialização do medicamento nessa condição já foi autorizada em outros países.
A decisão permite que o medicamento seja usado em adolescentes a partir de 12 anos e em adultos que estejam com pneumonia e usando ventiladores para receber oxigênio.
Em um comunicado divulgado hoje, a EMA diz que a recomendação baseia-se, principalmente, nos resultados preliminares do maior estudo realizado até o momento com este medicamento e publicado no New England Journal of Medicine (NEJM), que concluiu que, os pacientes que usaram o remdesivir se recuperaram, em média, quatro dias antes dos demais.
Este efeito não foi observado em pacientes com a doença leve a moderada. Dados sobre a proporção de pacientes que morreram até 28 dias após o início do tratamento estão sendo coletados para análise final.
Até então, nenhum medicamento específico para a covid-19 havia sido aprovado por autoridades de saúde na Europa, embora o uso experimental do remdesivir tenha sido autorizado no Reino Unido pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) de forma limitada.
Originalmente desenvolvido sem sucesso para tratar a febre hemorrágica do Ebola, o remdesivir, fabricado pelo laboratório americano Gilead, é a primeira terapia a demonstrar alguma eficácia em pacientes hospitalizados com covid-19 em um ensaio clínico significativo (em escala).
Nos Estados Unidos, a Agência de Medicamentos (FDA) autorizou o uso emergencial do remdesivir em hospitais em 1º de maio, seguido posteriormente pelo Japão e Coreia do Sul.
Na próxima semana, a Comissão Europeia deve apresentar um parecer sobre como remdesivir deve ser introduzido no mercado e comercializado na União Europeia, de forma a estar acessível a todos os países.