Usar antiácidos durante a gravidez aumenta o risco do bebê ter asma
Do VivaBem, em São Paulo
12/01/2018 12h14
Não é novidade que praticamente tudo que a futura mamãe faz durante a gestação interfere na saúde do bebê. Agora, uma revisão sistemática de oito estudos observacionais descobriu que o risco de a criança ter asma na infância aumenta 34% quando a mulher usa inibidores da bomba de prótons (P.P.I) e 57% com o consumo de antagonistas dos receptores de histamina-2 (H2). Essas substâncias estão presentes em alguns remédios antiácidos.
Os bloqueadores de P.P.I. e H2 são considerados medicamentos prescritos seguros e eficazes para tratar a doença de refluxo gastroesofágico, uma complicação comum na gravidez. Para comprar esse tipo de remédio basta ir direto na prateleira da farmácia, sem receita.
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Nenhum estudo observacional pode estabelecer causalidade, fatores genéticos ou ambientais que poderiam explicar essa associação. No entanto, a relação entre o consumo dos remédios pelas mães e os casos de asmas nos filhos persistiu mesmo depois que os cientistas controlaram diversas variáveis, como o uso de outras drogas durante a gravidez, a idade da mãe ao dar à luz e o tabagismo.
"Mais estudos prospectivos de observação clínica são necessários para confirmar esses resultados antes que as recomendações sobre a restrição de medicação supressora de ácido durante a gravidez possam ser administradas", disse o autor principal do estudo, o Dr. Huahao Shen, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, na China.
No entanto, o especialista acrescentou que as informações dessa revisão podem ajudar os clínicos e as mães a terem cautela na hora de decidir se devem tomar drogas para supressão de ácido durante a gravidez, por conta do risco ao bebê.