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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


SP tem primeira morte por febre amarela em 2024; veja como evitar doença

Homem é vacinado contra a febre amarela em São Paulo Imagem: Miguel Schincariol/AFP

De VivaBem, em São Paulo*

26/04/2024 10h28

O estado de São Paulo registrou a primeira morte por febre amarela neste ano. A vítima, que morreu em 29 de março, era um homem de 50 anos, morador de Águas de Lindóia, no interior paulista.

Tradicionalmente circunscrita à região amazônica, a última epidemia de febre amarela no Sudeste do Brasil aconteceu entre 2016 e 2019.

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A febre amarela é uma patologia infecciosa causada por um vírus transmitido por mosquitos. A designação deriva da coloração amarelada que parte dos pacientes apresenta após a infecção, fenômeno denominado icterícia.

Para essa porção de indivíduos infectados, a letalidade é elevada, o que justifica a grande preocupação relacionada à doença.

No Brasil, a febre amarela normalmente se manifesta nos meses de dezembro a maio, período em que o calor e as precipitações favorecem o aumento da população de mosquitos.

Como é transmitida?

A transmissão da febre amarela ocorre pela picada dos mosquitos infectados, não há como uma pessoa passar a doença diretamente para outra. Existem dois principais ciclos de transmissão: o silvestre e o urbano.

  • Silvestre

É causado, no Brasil, principalmente por fêmeas de mosquitos dos gêneros Haemagogus e também Sabethes, que vivem em copas de árvores em áreas de matas ou florestas. Os macacos são os principais hospedeiros do vírus.

  • Urbana

O ciclo urbano ocorre quando pessoas infectadas em regiões de florestas ou matas introduzem o vírus em áreas superpovoadas por pessoas não imunizadas e com alta densidade de mosquitos aptos a transmitir o vírus.

Nesse caso, as fêmeas dos mosquitos podem transmitir o vírus da febre amarela de pessoa para pessoa, e o vetor é o Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya, que vive no ambiente doméstico e coloca seus ovos em depósitos de água parada.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico fundamenta-se na avaliação dos sintomas referidos pelo paciente, na existência de surtos na região onde o paciente mora ou visitou, e na detecção de eventuais anormalidades nos exames clínicos, particularmente aqueles que investigam a função hepática.

A confirmação da patologia pode ser realizada por meio da análise de PCR (que detecta o material genético do vírus) e também por sorologia (que identifica os anticorpos específicos contra o vírus da febre amarela) em amostras de sangue do paciente.

Quais são os sintomas?

Entre a picada do mosquito e o início das manifestações sintomáticas, os sintomas podem aparecer durante três a seis dias. Em alguns casos, pode chegar a 15 dias.

Não há diferenças entre a febre amarela silvestre e urbana no que se refere aos sintomas.

Depois que entra na corrente sanguínea, o fígado é o principal órgão acometido pelo vírus.

A maioria dos indivíduos (de 40 a 65%) pode não ter sintoma algum; outros (de 20 a 30%) apresentam sintomas leves, moderados ou mais graves que duram alguns dias, e uma parcela dos infectados (de 10 a 15%) pode desenvolver a forma grave ou tóxica depois que os sintomas iniciais cessam.

Nas formas leves, são esses os sintomas:

  • febre baixa ou moderada
  • dor de cabeça
  • indisposição.

Já nas formas moderadas, os sintomas mais comuns são:

  • náuseas
  • dores nos músculos ou nas articulações (principalmente nas coluna lombar)
  • dor de cabeça forte
  • febre alta.
Além dessas manifestações, pode surgir ao menos um dos sintomas clássicos da doença:
  • vômito (com presença de sangue)
  • icterícia (pele e branco dos olhos amarelados)
  • oligúria (diminuição da urina).

Como as manifestações podem variar, o diagnóstico da febre amarela é difícil fora de epidemias, e a doença pode ser confundida com outras infecções, como dengue, malária e hepatite.

Uma parte dos pacientes, após um período de melhora dos sintomas de algumas horas ou até dois dias, desenvolve a forma grave da doença, também chamada de febre amarela tóxica. Nessa fase, os sintomas são:

  • febre alta
  • icterícia
  • hemorragia (principalmente no trato gastrointestinal)
  • choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

Nessa fase, o vírus deixa de ser encontrado no sangue e se concentra principalmente no fígado e no baço, além de poder afetar coração, linfonodos e outros órgãos.

Qual o tempo de recuperação e qual a letalidade?

A maior parte dos contaminados se restabelece por completo em três ou quatro dias.

Enquanto a taxa de mortalidade global da febre amarela oscila entre 5 a 10%, nos indivíduos que desenvolvem a forma grave da enfermidade, essa cifra chega a 50%, e o óbito costuma ocorrer dentro de um intervalo de 7 a 10 dias.

Aqueles que adquirem a patologia adquirem imunidade duradoura, ou seja, só é possível contrair febre amarela uma vez ao longo da vida.

Como tratar a doença?

Não há tratamento específico para o vírus da febre amarela. A recomendação é que o paciente permaneça em repouso, com hidratação adequada. Medicamentos podem ser utilizados para alívio da dor e da febre.

Os casos moderados a graves exigem hospitalização, com reposição de líquidos e de perdas sanguíneas, quando necessário. Os pacientes graves devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para controle das complicações.

Como se prevenir da doença?

A forma mais eficaz de se evitar a febre amarela é tomando a vacina, oferecida em postos de saúde ou clínicas particulares.

Ela é constituída de vírus vivo que foi enfraquecido para estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos, sem causar a doença em pessoas saudáveis.

A vacina apresenta eficácia acima de 97,5%. A proteção só é garantida após dez dias de aplicação.

Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo dados atualizados até segunda-feira (22), a cobertura vacinal contra a doença no estado é de 68,47%.

Quem não pode ser vacinado?

  • Crianças menores de 6 meses de idade;
  • Pessoas com história de eventos adversos graves em doses anteriores;
  • Gestantes (quando não há surto);
  • Pacientes com imunossupressão grave de qualquer natureza;
  • Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com a contagem de células CD4 < 200 células/mm3 ou menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 13 anos;
  • Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras. (corticosteróides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores);
  • Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
  • Pacientes com história pregressa de doenças do timo;
  • Pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico.

Com informações de reportagem publicada em 05/01/2018.

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