Com canto feminino e camisa, Corinthians quebra barreiras no Brasileirão
Mariana Gonzalez
De Universa, em São Paulo
27/09/2021 15h15
Quem assistiu à vitória do Corinthians na final do Brasileirão Feminino ontem contra o Palmeiras viu, além dos gols, a estreia da nova camiseta do clube e também da versão do canto "Corinthians Minha Vida" entoado apenas por vozes femininas.
Essa é a primeira vez que o time feminino de um clube da série A Paulista estreia um novo uniforme. Um detalhe em especial chama atenção na parte de trás da camisa, que trás a frase "respeita as minas" tanto no modelo feminino como no masculino que serão usados pelos atletas em campo e também vendidos para os torcedores.
O clube disse, em nota, que a frase "destaca o posicionamento do Corinthians na luta pela inclusão feminina nos gramados e nas arquibancadas".
Segundo a Nike, que patrocina o uniforme do clube, essa é a primeira versão do conjunto "100% inspirada nas mulheres corintianas" e o roxo escuro escolhido para a camisa "representou diversos movimentos feministas ao longo da história".
Por um lato, é fato: a cor está ligada ao movimento sufragista, que lutava pelo voto feminino nos século 19 e 20 e é usada até hoje por grupos feministas. Por outro, o uniforme 3 do time paulista já tinha essa cor, que é historicamente associada ao clube. Tanto é que o termo "corintiano roxo" é usado há tempos para se referir a torcedores fanáticos do time.
"É um orgulho muito grande sermos pioneiros no Brasil ao estrear uma camisa oficial com o time feminino", afirmou Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, em nova enviada a Universa.
Canto feminino e bandeira LGBTQIA+
Essa também foi a primeira vez que o Corinthians tocou, no estádio, um canto oficial na voz de mulheres. A música "Corinthians Minha Vida" foi gravada através de uma ação do clube, que pediu que torcedoras enviasse, por WhatsApp, áudios cantando — no final, as vozes foram reunidas, mixadas e transformadas na versão feminina de "Corinthians Minha Vida".
No final da partida, outro momento marcante: as jogadoras campeãs hastearam uma bandeira LGBTQIA+ no estádio.