Cães processam emoções de forma similar a seres humanos, mostra estudo
Eles já são donos do título de "melhor amigo do homem". Agora, um estudo conduzido por pesquisadores da Emory University, nos Estados Unidos, e divulgado nesta semana, dá outros argumentos para quem acha que cães são mais do que apenas animais de estimação.
Conduzido ao longo de dois anos, o estudo aponta que o cérebro de cachorros processa emoções de forma muito similar à do cérebro de humanos.
"A habilidade de sentir emoções positivas indica que cães tenham um nível de consciência comparável ao de uma criança. E essa habilidade nos sugere um repensar na forma como os tratamos", escreve o pesquisador Gregory Burns, autor da pesquisa, em editorial publicado pelo The New York Times no domingo (6).
Para afirmar isso, pesquisadores realizaram mapeamentos do cérebro de cães usando escâneres de ressonância magnética por imagem.
A utilização da tecnologia revelou que cachorros e humanos têm estrutura e funcionamento bastante parecidas do núcleo caudado, localizada no centro do cérebro e fundamental em processos de memorização e aprendizado.
No estudo, os pesquisadores mediram a atividade do núcleo caudado de cachorros enquanto estes percebiam um aceno de mão que lhes significava o recebimento posterior de um prêmio, como um alimento.
Os cães exibiram aumento na atividade dessa área do cérebro durante o experimento, revelando grande similaridade com a forma como esse processo ocorre em humanos, que também registram pico de atividade no núcleo caudado ao perceber a proximidade de emoções e coisas prazerosas, como sexo e dinheiro, por exemplo.
Capazes de sentir emoções
"O estudo é um espelho da mente humana", diz o professor. "Detectamos que, em cães, a atividade do núcleo caudado aumenta em resposta ao aceno de mão que remete a comida. O caudado dos cães também se mostrou ativado ao sentir o cheiro de humanos familiares e, em testes preliminares, também demonstrou atividade durante o reencontro com donos que haviam se ausentado temporariamente."
O pesquisador reconhece que o estudo não provê dados suficientes para afirmar que cães possam amar seres humanos, mas, em compensação, aponta que eles são animais capazes de sentir emoções.
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