Pele sintética feita de plástico conduz eletricidade e se "cura" sozinha em 30 minutos
Equipe de químicos e engenheiros da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveu um material químico, flexível e sensível ao toque que é capaz de se recuperar de rasgos e cortes rapidamente. A pesquisa liderada pela professora Zhenan Bao foi publicada na edição mais recente da revista Nature Nanotechnology.
A "pele sintética" é feita a partir de um plástico que tem pontes de hidrogênio e algumas partículas de níquel. A pesquisa revelou que as moléculas do polímero quebravam-se facilmente e, mais importante, facilitavam que suas estruturas fossem refeitas após algum tipo de dano. Além disso, o plástico mostrou ser um eficiente condutor elétrico, propriedade crucial para que o produto tenha interface com o universo digital futuramente.
Para testar seu poder de cura, os pesquisadores fizeram cortes com um bisturi na amostra plástica e pressionavam os pedaços por alguns segundos. O material ganhou de volta 75% da força original e da condutividade em apenas 15 segundos e ficou recuperado em 30 minutos. O grupo repetiu o processo de corte e cura cerca de 50 vezes e o material manteve suas características originais. "Até a pele humana leva dias para se cicatrizar. Por isso, acho que o material é bem legal", diz o pesquisador Benjamin Chee-Keong Tee.
Zhenan lembra que, na última década, cientistas já haviam criado materiais similares, mas sem obter resultados eficazes. Alguns produtos tornavam-se inviáveis para uso diário, pois precisavam ser submetidos a altas temperaturas; já aqueles que se “curavam” em temperatura ambiente registravam alterações em suas estruturas mecânica ou química, ou seja, só podiam ser "curados" uma única vez. Além disso, afirma o estudo, nenhum deles conduzia eletricidade.
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