Especialistas dão dicas de como prevenir e tratar a depressão depois das férias
Voltar à realidade, depois de um período de férias, exige uma adaptação que pode ser interpretada como tristeza ou desânimo. Mas essas sensações têm prazo de validade e devem durar de 10 a 14 dias. Se os sintomas persistirem, é preciso procurar um especialista. Diagnosticada a depressão pós-férias, o tratamento poderá ser clínico ou medicamentoso e, no primeiro caso, a terapia cognitivo-comportamental é uma excelente opção; no segundo, pode ser necessária a prescrição de antidepressivos.
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UOL CIÊNCIA E SAÚDE |
A psicóloga Lídia Weber, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pondera que uma possível terapia não deve ser encarada como mais uma tarefa a ser cumprida, mas como uma oportunidade para “rever o cotidiano, pensar sobre o que está errado, refletir sobre as coisas que precisam ser mudadas”.
Já o psicológo Richard Shadick, diretor do Departamento de Psicologia da Universidade Pace (Nova York, EUA) acredita que “um tratamento formal raramente é necessário, bastando colocar em prática algumas estratégias, tais como gerenciar a rotina diária para que ela seja executada sem afobação, organizar-se para ter uma agenda menos intensa nos primeiros dias de retorno, cuidar da própria saúde física, começando por se alimentar melhor, exercitar-se além de dormir melhor”. E, em alguns casos, acrescenta, “relembrar as férias, revendo fotos ou contatando amigos encontrados durante a viagem, pode ajudar”.
Independentemente da escolha que se faça para superar o problema, a recuperação dependerá da resposta individual de cada um. “Quem tem temperamento mais positivo, flexível e criativo possui maiores possibilidades de recuperação. Para quem tem perfil antagônico, o desafio é sempre maior”, adverte Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (ISMA-BR).
Para prevenir, Shadick sugere auto-organização e precisão na escolha das férias: “Se duas semanas de descanso levam à depressão, tire apenas uma semana. E tente não extrapolar nesse período, pois se exigir demais de você mesmo, será mais difícil ter energia para lidar com a transição em seu retorno”.
“Quando o problema for apenas a insatisfação com o trabalho, ações para motivar o desempenho ou trocar de atividade resolve a questão”, conclui a psiquiatra Paola Alves, supervisora da residência médica em psiquiatria do Hospital Nossa Senhora da Luz.
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