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Descoberta ajudará a conhecer melhor a Nebulosa de Órion

27/07/2017 14h06

Madri, 27 jul (EFE).- Uma equipe internacional de astrônomos descobriu três constelações diferentes no começo de suas vidas dentro da nuvem da Nebulosa de Órion, graças a novas observações do telescópio de rastreamento do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.

Esta descoberta inesperada contribui com "nova e valiosa informação", útil para compreender como se formam estes tipos de nuvens, informou a ESO em comunicado.

Os resultados destas observações foram publicados na revista "Astronomy & Astrophysics" e, segundo seus autores, os dados sugerem que a formação das estrelas pode ocorrer em forma de surtos, onde cada surto se produziria em uma escala de tempo muito mais rápida do que se pensava.

OmegaCAM, a câmera do VLT Survey Telescope, foi o instrumento utilizado para captar esta imagem detalhada da Nebulosa de Órion e sua nuvem de estrelas jovens.

Além da bela imagem proporcionada pela câmera, a equipe liderada pelo astrônomo Giacomo Beccari utilizou estes dados para medir com precisão o brilho e as cores de todas as estrelas do cúmulo da Nebulosa de Órion.

Estas medições permitiram determinar a massa e as idades das estrelas. Os dados revelaram três sequências diferentes de idades: três gerações de estrelas que se formam sucessivamente em um prazo de menos de 3 milhões de anos.

"Ao ver os dados pela primeira vez, tivemos uma grande surpresa, um momento que só acontece uma ou duas vezes na vida de um astrônomo", afirmou Beccari, autor principal do artigo: "A incrível qualidade das imagens da OmegaCAM revelou sem nenhuma dúvida que estávamos vendo três grupos distintos de estrelas nas partes centrais de Órion".

Monika Petr-Gotzens, coautora e também astrônoma do ESO, explicou "o que estamos presenciando é que as estrelas de uma nuvem no começo das suas vidas não se formaram em grupo ao mesmo tempo".

"Isto pode significar que devemos mudar as ideias que tínhamos até agora sobre como as estrelas se formam nas nuvens".

Os novos resultados sugerem "firmemente" que a formação de estrelas na nuvem da Nebulosa de Órion está acontecendo mais rapidamente do que se pensava anteriormente, concluiu Beccari.