Continente americano quer auto-suficiência em energia limpa e renovável
Nos discursos que fizeram durante as quatro sessões em que a Assembléia foi dividida, os chefes das diplomacias americanas trocaram experiências sobre recursos energéticos renováveis e ressaltaram o interesse comum de acabar com a dependência econômica na questão energética.
O Panamá ofereceu espaço na chamada "Cidade do Saber" para a criação de um centro regional de pesquisa energética, onde as equipes de cientistas do hemisfério possam dar continuidade às propostas feitas durante a Assembléia.
Ao longo da reunião, os países do continente também declararam a intenção de favorecer o desenvolvimento energético comprometido com a boa utilização do meio ambiente.
Para promover o interesse geral, a OEA espera contar com a participação de organismos internacionais, da sociedade civil, do setor privado e da comunidade acadêmica.
A "Declaração do Panamá", documento que será divulgado no encerramento da Assembléia, promove "o direito soberano de nossos países à preservação, ao desenvolvimento e ao uso sustentável dos recursos energéticos".
A declaração reconhece que a energia é um recurso fundamental para o desenvolvimento sustentável dos povos e que o uso da energia diversificada, confiável, segura e acessível "é de primordial importância para um crescimento econômico com igualdade e inclusão social, além de contribuir para a erradicação da pobreza".
O documento também sustenta que a OEA considera que o desenvolvimento econômico e social e a conservação do meio ambiente "são complementares".
Os únicos que se afastaram do tema principal do encontro, "Energia para o Desenvolvimento Sustentável", foram os Estados Unidos, para denunciar a "antidemocrática" não renovação da concessão do sinal de emissão da "RCTV" na Venezuela, e a representação de Caracas, para se defender.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, viajasse para Caracas para obter informações sobre a situação da liberdade de imprensa e de expressão, fundamentais em qualquer democracia, na sua opinião.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que nenhum veículo de comunicação do país foi convidado a ir a Guantánamo para informar com liberdade sobre as "prisões secretas" da Administração de George W. Bush.
Uma moção de apoio às reivindicações de soberania da Argentina sobre as ilhas Malvinas e uma reivindicação da Bolívia também foram aprovadas nas sessões plenárias.
A Bolívia pediu uma saída para o mar, negada historicamente pelo Chile e pelo Peru.
Prevê-se a aprovação de cerca de 80 resoluções, sobre temas que tratam desde a participação eqüitativa da mulher nos organismos da OEA até o reconhecimento de pessoas incapacitadas, passando pelo direito à verdade e à transparência na aquisição de armas convencionais.
Outra questão em pauta é a declaração das Américas como zona livre de minas terrestres e o incentivo à confiança e à segurança na região.
Após o encerramento da Assembléia, será realizada uma entrevista coletiva na qual serão divulgados os candidatos eleitos nos organismos da OEA com cargos pendentes.