Expectativa na ONU de que Trump não mine acordo do clima
Marrakech, Marrocos, 9 Nov 2016 (AFP) - Os participantes da conferência de Marrakesh, chocados com a vitória de Donald Trump, acreditam que o futuro presidente americano, apesar de ter negado a existência das mudanças climáticas, não minará o acordo mundial em busca de energias limpas, embora vários tenham classificado sua vitória como um desastre.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou Trump - que havia classificado as mudanças climáticas como uma "farsa" e ameaçou "anular" o acordo global - pela sua vitória nas presidenciais dos Estados Unidos e fez um apelo à continuação do engajamento do país no mundo.
Ban indicou que "as pessoas em todos os lugares esperam que os Estados Unidos usem seu poder notável para ajudar a elevar a humanidade e para trabalhar para o bem comum", acrescentou.
"Os desafios globais de hoje demandam uma ação global conjunta e soluções conjuntas", disse Ban a repórteres na sede da ONU, em Nova York.
"Esperamos cooperar com seu governo para fazer a agenda da ação climática avançar, em benefício dos povos do mundo", disse a encarregada da ONU encarregada dos assuntos do clima, Patricia Espinosa, em uma declaração durante a COP22, que é realizada na cidade marroquina.
Trump "não pode evitar a implementação" do acordo de Paris, selado na capital francesa em dezembro passado, afirmou, por sua vez, Segolène Royal, ministra francesa de Meio Ambiente e presidente em fim de mandato do fórum da ONU.
"A partir do momento em que 103 países que representam a emissão de 70% dos gases de efeito estufa ratificaram o acordo de Paris, ele não pode revertê-lo, diferentemente do que ele disse", afirmou Royal em declarações à rádio francesa RTL.
Uma farsaAlém de descrever as mudanças climáticas como uma "farsa", obra do governo chinês, Trump disse em diversas ocasiões que "renegociaria" ou "cancelaria" o pacto aprovado por 196 países.
Royal destacou que, segundo os termos do acordo, os Estados Unidos devem esperar ao menos três anos antes de poder eventualmente se retirar.
Os diplomatas e empresários focados em fazer com que a economia global evolua dos combustíveis fósseis aos renováveis esperam que o impulso que ganharam se mantenha, apesar dos pontos de vista de Trump.
"O presidente eleito Donald Trump foi a fonte de muito debate sobre as mudanças climáticas no último ano", disse em uma declaração Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, atingidas recentemente por tempestades devastadoras.
"Mas agora que a campanha eleitoral passou", acrescentou Heine em sua declaração, "espero que ele se conscientize de que as mudanças climáticas são uma ameaça para seu povo e para países inteiros que compartilham mares com os Estados Unidos, incluindo o meu", disse.
Christiana Figueres, que liderou as questões climáticas na ONU durante seis anos, até seis meses atrás, disse que Trump deve entender que abandonar rapidamente e por etapas o carvão, o petróleo e o gás "é bom para a economia dos Estados Unidos, para o emprego e o crescimento".
Alguns grupos ecologistas foram muito menos diplomáticos em suas reações ante o surpreendente resultado da eleição.
"A eleição de Trump é um desastre, mas não pode ser o fim do processo internacional sobre o clima", disse May Boece, diretora-executiva do 350.org, um grupo global que trabalha a favor do desinvestimento dos combustíveis fósseis.
"Nosso trabalho se torna muito mais difícil, mas não é impossível, e nos recusamos a perder a esperança", acrescentou.
Agenda incertaAlém da necessidade de agir para evitar as mudanças climáticas, alguns defenderam a pertinência econômica dos investimentos em energias verdes.
"Há um movimento enorme, em muitos países, para agir e, efetivamente, a economia que avança é a das energias renováveis, das novas tecnologias e dos transportes limpos", disse à AFP Laurence Tubiana, a negociadora francesa.
"Acredito que um presidente realista estudará tudo isso", acrescentou.
A rede We mean business, que reúne milhares de empresas e investidores, lembrou que "a ação em defesa do clima também é fonte de novos empregos e de uma maior competitividade nas indústrias de amanhã".
Para Stéphanie Pfeifer, diretora-geral do IIGCC (grupo de investidores com mais de 13 trilhões de euros em ativos), a agenda política sobre o clima pode se tornar mais "incerta" após as eleições americanas, mas "os investidores continuarão os seus esforços para gestionar o risco que o clima supõe".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou Trump - que havia classificado as mudanças climáticas como uma "farsa" e ameaçou "anular" o acordo global - pela sua vitória nas presidenciais dos Estados Unidos e fez um apelo à continuação do engajamento do país no mundo.
Ban indicou que "as pessoas em todos os lugares esperam que os Estados Unidos usem seu poder notável para ajudar a elevar a humanidade e para trabalhar para o bem comum", acrescentou.
"Os desafios globais de hoje demandam uma ação global conjunta e soluções conjuntas", disse Ban a repórteres na sede da ONU, em Nova York.
"Esperamos cooperar com seu governo para fazer a agenda da ação climática avançar, em benefício dos povos do mundo", disse a encarregada da ONU encarregada dos assuntos do clima, Patricia Espinosa, em uma declaração durante a COP22, que é realizada na cidade marroquina.
Trump "não pode evitar a implementação" do acordo de Paris, selado na capital francesa em dezembro passado, afirmou, por sua vez, Segolène Royal, ministra francesa de Meio Ambiente e presidente em fim de mandato do fórum da ONU.
"A partir do momento em que 103 países que representam a emissão de 70% dos gases de efeito estufa ratificaram o acordo de Paris, ele não pode revertê-lo, diferentemente do que ele disse", afirmou Royal em declarações à rádio francesa RTL.
Uma farsaAlém de descrever as mudanças climáticas como uma "farsa", obra do governo chinês, Trump disse em diversas ocasiões que "renegociaria" ou "cancelaria" o pacto aprovado por 196 países.
Royal destacou que, segundo os termos do acordo, os Estados Unidos devem esperar ao menos três anos antes de poder eventualmente se retirar.
Os diplomatas e empresários focados em fazer com que a economia global evolua dos combustíveis fósseis aos renováveis esperam que o impulso que ganharam se mantenha, apesar dos pontos de vista de Trump.
"O presidente eleito Donald Trump foi a fonte de muito debate sobre as mudanças climáticas no último ano", disse em uma declaração Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, atingidas recentemente por tempestades devastadoras.
"Mas agora que a campanha eleitoral passou", acrescentou Heine em sua declaração, "espero que ele se conscientize de que as mudanças climáticas são uma ameaça para seu povo e para países inteiros que compartilham mares com os Estados Unidos, incluindo o meu", disse.
Christiana Figueres, que liderou as questões climáticas na ONU durante seis anos, até seis meses atrás, disse que Trump deve entender que abandonar rapidamente e por etapas o carvão, o petróleo e o gás "é bom para a economia dos Estados Unidos, para o emprego e o crescimento".
Alguns grupos ecologistas foram muito menos diplomáticos em suas reações ante o surpreendente resultado da eleição.
"A eleição de Trump é um desastre, mas não pode ser o fim do processo internacional sobre o clima", disse May Boece, diretora-executiva do 350.org, um grupo global que trabalha a favor do desinvestimento dos combustíveis fósseis.
"Nosso trabalho se torna muito mais difícil, mas não é impossível, e nos recusamos a perder a esperança", acrescentou.
Agenda incertaAlém da necessidade de agir para evitar as mudanças climáticas, alguns defenderam a pertinência econômica dos investimentos em energias verdes.
"Há um movimento enorme, em muitos países, para agir e, efetivamente, a economia que avança é a das energias renováveis, das novas tecnologias e dos transportes limpos", disse à AFP Laurence Tubiana, a negociadora francesa.
"Acredito que um presidente realista estudará tudo isso", acrescentou.
A rede We mean business, que reúne milhares de empresas e investidores, lembrou que "a ação em defesa do clima também é fonte de novos empregos e de uma maior competitividade nas indústrias de amanhã".
Para Stéphanie Pfeifer, diretora-geral do IIGCC (grupo de investidores com mais de 13 trilhões de euros em ativos), a agenda política sobre o clima pode se tornar mais "incerta" após as eleições americanas, mas "os investidores continuarão os seus esforços para gestionar o risco que o clima supõe".
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