Topo

Fornecedora da Apple, Foxconn planeja elevar investimentos fora da China

Fábrica da Foxconn em Taiwan - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Fábrica da Foxconn em Taiwan Imagem: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Yimou Lee e Sarah Wu

Em Taipei

15/03/2023 15h49Atualizada em 15/03/2023 15h51

A Foxconn, fornecedora da Apple, disse nesta quarta-feira que planeja aumentar os investimentos fora da China, bem como os esforços para atrair montadoras a seu negócio de veículos elétricos, já que a empresa relatou uma demanda mais fraca por eletrônicos de consumo.

A Foxconn vem diversificando a produção para além da China, país cujos sucessivos lockdowns interromperam as operações na maior fábrica de iPhones do mundo no ano passado. A companhia também procura evitar um possível impacto em seus negócios das crescentes tensões comerciais entre Pequim e Washington.

"É a demanda do cliente que orienta nossas considerações sobre como implantar nossa capacidade de produção no campo da TIC", disse o presidente do Conselho de Administração da Foxconn, Liu Young-way, em conferência de resultados, referindo-se à tecnologia de informação e comunicação.

Liu disse que atualmente cerca de 70% da receita da empresa é derivada de produtos fabricados na China, mas que, no futuro, a fatia de produção em outros países continuará a aumentar.

A Foxconn, que monta cerca de 70% dos iPhones, não informou em quanto aumentará investimentos neste ano.

DEMANDA DO CONSUMIDOR FRACA

A Foxconn espera que a receita do primeiro trimestre e do ano inteiro fique estável, uma vez que a fraca demanda por eletrônicos de consumo deverá ser compensada por um crescimento significativo em computação, nuvem, rede e componentes.

Mais da metade da receita da Foxconn vem de produtos eletrônicos de consumo. A empresa, que busca replicar o sucesso que teve com o iPhone no segmento de veículos elétricos, disse estar se aproximando e sendo procurada por muitas montadoras.

"A Foxconn expandirá ativamente seus negócios de veículos elétricos na América do Norte e trabalhará de forma mais abrangente com fabricantes de automóveis tradicionais e iniciantes", disse Liu.

Ele disse que a receita de componentes de veículos elétricos deverá aumentar acentuadamente para entre 50 bilhões e 100 bilhões de dólares taiwaneses este ano, ante 20 bilhões de dólares taiwaneses no ano passado.

O lucro líquido da Foxconn no trimestre de outubro a dezembro caiu 10%, para 40 bilhões de dólares taiwaneses (1,3 bilhão de dólares), em relação ao mesmo período do ano anterior, disse a empresa, em linha com a estimativa dos analistas.

(Por Yimou Lee, Sarah Wu, Faith Hung e Ben Blanchard; Texto de Ben Blanchard e Brenda Goh)