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Mulher recebe R$ 54 millhões em criptomoeda por engano e compra mansão

Australiana deveria ter recebido apenas US$ 100; corretora errou e demorou sete meses para perceber - Adobe
Australiana deveria ter recebido apenas US$ 100; corretora errou e demorou sete meses para perceber Imagem: Adobe

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt, de São Paulo

31/08/2022 12h08

Uma australiana recebeu, acidentalmente, US$ 10.474.143 (R$ 54,2 milhões) de uma corretora de criptomoedas, usou todo o dinheiro para comprar uma mansão e presentear familiares, e agora está sendo processada pela empresa.

Em maio de 2021, Thevamanogari Manivel solicitou à Crypto.com um reembolso, no valor de US$ 100 (R$ 518). No entanto, na hora de fazer o pagamento, a empresa inseriu o número da conta da mulher no campo em que deveria colocar o valor a ser pago. Com a confusão, foram transferidos milhões em vez de uma quantia bem mais modesta.

Mas a corretora só percebeu o erro sete meses depois, durante uma auditoria.

Mesmo assim, a Justiça já decidiu a favor da Crypto.com, com uma ordem para Gangadory vender a casa o mais rápido possível. O dinheiro deve ser devolvido com juros, que já chegam a US$ 27,3 mil (R$ 141 mil), além de outros custos adicionais relativos ao processo.

Casa de luxo e irmã 'desaparecida'

A Crypto.com é especializada em criptomoedas, tem sede em Singapura e conta com o astro de Hollywood Matt Damon como seu garoto-propaganda. Mesmo sendo uma empresa de grande porte, demorou muito até que alguém notasse o enorme erro cometido em favor de Manivel.

Tanto tempo depois, ao entrar na Justiça, a corretora descobriu que parte do dinheiro havia sido gasto: a australiana usou US$ 1,35 milhão (R$ 6,9 milhões) para comprar uma casa luxuosa de quatro quartos em um subúrbio da cidade de Melbourne. A propriedade do imóvel, porém, foi transferida para sua irmã, Thilagavathy Gangadory, que mora na Malásia.

A conta de Manivel foi congelada, mas quase todo o dinheiro restante já tinha sido transferido para seis outras contas — que, posteriormente, também foram congeladas por ordem judicial. Ela teria presenteado familiares e amigos, incluindo sua filha e a irmã.

Gangadory, por viver fora do país, ainda não foi encontrada. Ela não responde contatos da Crypto.com e, a única vez em que se comunicou sobre o caso, foi para responder um e-mail dos advogados da irmã, com um simples "obrigada". Segundo a equipe jurídica, ela está "buscando orientações judiciais" no momento.

*Com informações de The Guardian e Decrypt.