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Para os EUA, Síndrome de Havana pode ser ataque de pulsos eletromagnéticos

Varadero, em Cuba. CIA suspeita que agentes eram alvo de ataques eletromagnéticos Imagem: Stanislav Simonov/Getty Images/iStockphoto

Gabriel Daros

De Tilt, em São Paulo

07/02/2022 15h09

Um novo episódio na história da "Síndrome de Havana": um relatório da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) avaliou que cerca de 1.000 diplomatas e espiões dos Estados Unidos em Cuba podem ter sido alvos de pulsos de energia eletromagnética.

O novo documento, divulgado nesta quarta-feira (03/02), ecoam um estudo de 2020 da Academia Nacional de Ciências e vêm após um relatório da agência de espionagem, que concluiu a improbabilidade da Rússia ou outro adversário estrangeiro estar por trás dos chamados "incidentes anômalos de saúde".

Especialistas do governo e do terceiro setor dos Estados Unidos foram reunidos em um painel pela diretora de Inteligência, Avril Haines, e pelo vice-diretor da CIA, David Cohen, para avaliar as chances da "Síndrome de Havana" — uma série de misteriosas dores de cabeça e náuseas, documentadas na região desde 2016 — serem resultado direto de uma arma experimental. Entretanto, casos similares foram documentados na Rússia, China, Tajiquistão e em alguns países africanos.

As suspeitas se tornavam maiores pela combinação de sintomas não ser facilmente explicada por condições médicas conhecidas do conjunto das vítimas, ou circunstâncias do ambiente. O número preciso dos afetados pelo problema não foi revelado pelo relatório. Entretanto, o relatório da CIA afirma que há aproximadamente duas dezenas de casos registrados que continuam sem explicação.

Efeito micro-ondas

Eric Lander, diretor do gabinete de Políticas para Ciência e Tecnologia da Casa Branca, afirmou a Reuters que o painel de especialistas trabalhou por quase nove meses e foi o primeiro de vários grupos a ter tamanho acesso a "dados de inteligência e de pacientes".

No relatório, levanta-se a possibilidade de "pulsos de energia eletromagnética" serem responsáveis pelo incidente. A tese é reforçada pela constatação de que indivíduos acidentalmente expostos a sinais de energia eletromagnética — tanto por ondas de rádio, micro-ondas ou raios X — relatarem "sensações" similares aos da Síndrome de Havana.

Segundo o painel de especialistas, a tese dos "pulsos de energia eletromagnética" serem a causa do problema não é completa, pois existem "lapsos de informações", mas reconhecem a possibilidade do ataque.

Pulsos como este, segundo o relatório, podem ser emitidos por dispositivos equipados com antenas e fontes moderadas de energia, conseguindo propagá-los pelo ar e até mesmo através das construções — algo que não ocorreria facilmente, por exemplo, num feixe de ultrassom. Um ataque desta categoria seria diferente do uso de lasers, que demandariam uma alta quantidade de energia.

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