Empresa de transporte de valores, Protege é alvo de sequestro de dados
Guilherme Tagiaroli
De Tilt, em São Paulo
01/08/2021 12h59
A empresa brasileira de transporte de valores Protege foi a mais nova vítima de tentativa de ransomware na última quarta-feira (28). Segundo a companhia, apesar do esforço dos atacantes, não houve comprometimento de seus sistemas, e no mesmo dia as operações já foram normalizadas.
Um ataque ransomware consiste em uma espécie de sequestro de servidores ou computadores importantes para a operação de uma empresa. As informações geralmente são codificadas (criptografadas) ou bloqueadas, e para retomar o acesso é necessário pagar um resgate em criptomoedas.
Geralmente, empresas ou indivíduos se infectam com ransomware ao acessar sites inseguros e fraudulentos, ao fazer downloads de software de fontes desconhecidas, além de e-mails de spam.
Em nota enviada a Tilt, a Protege informou que notificou seus clientes e parceiros no mesmo dia. E que "todas as operações de gestão de numerário e transporte de valores estão em pleno funcionamento". No dia do ataque, segundo a companhia, os sistemas foram prontamente isolados, o que permitiu retomar suas atividades.
A companhia não detalhou se houve algum tipo de prejuízo financeiro e se já sabem exatamente como ocorreu a tentativa de sequestro dos seus sistemas.
Ainda que não tenha havido grandes problemas no transporte de valores, três empresas - a norte-americana Brink's, a espanhola Prosegur e a brasileira Protege - detêm 80% deste mercado. Algum problema nessa cadeia poderia prejudicar o acesso a dinheiro em espécie em bancos ou caixas eletrônicos.
Histórico de ataques ransomware
Tem se tornado cada vez mais comuns ataques de ransomware. A JBS, gigante brasileira do ramo de proteína animal, foi alvo há alguns meses, prejudicando a produção da companhia nos Estados Unidos. A empresa acabou pagando um resgate de US$ 11 milhões para retomar o acesso aos seus sistemas.
Em maio deste ano, um ataque de ransomware afetou a distribuição de combustíveis no sudeste dos EUA, impedindo que milhares de pessoas conseguissem abastecer veículos na região, dado que a ofensiva ocorreu no sistema de oleodutos da empresa Colonial. Estima-se que para retomar suas atividades, a companhia tenha pago cerca de US$ 5 milhões.
Os EUA recomendam que as empresas não paguem resgate. Ao mesmo tempo, muitas vezes para solucionar logo a situação, algumas companhias pagam, dado que ficar inoperante por muitos dias poderia trazer prejuízos ainda maiores.