Por que optei por um Pixel 2, o Android feito para quem gosta de iPhone
Depois de ter aparelhos fabricados por HTC, Samsung, LG, Motorola e Huawei, a Google resolveu parar de terceirizar a fabricação de aparelhos com seu "selo de qualidade" e desde 2016 oferece o Pixel, um celular para quem quer uma experiência de Android puro.
O primeiro celular "de raiz" da Google foi alvo de muito elogios e também de muitas críticas. A câmera, o desempenho e a bateria receberam muitas estrelas, mas o visual simples para um top de linha, o preço (muito maior que outros celulares premium) e uma série de problemas com os primeiros lotes, como as telas que formavam bolhas, acabaram manchando a reputação do aparelho.
Aí, no final de 2017, veio o Pixel 2.
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De cara, uma vantagem em relação ao Pixel original: a maioria dos defeitos tinha sido corrigida. E o melhor é que ele recebe primeiro todas as novidades do Google. O lado ruim é que o celular não é vendido no Brasil —além de ter que trazer de fora, também não há assistência técnica por aqui.
Há duas versões do aparelho, Pixel 2 e Pixel 2 XL, com preços de US$ 649 (cerca de R$ 2.300 sem impostos) e US$ 849 (R$ 3.050), respectivamente.
A diferença entre eles é o tamanho da tela e do aparelho: o modelo menor tem tela de 5 polegadas, 14,4 cm de comprimento e 6,8 cm de largura, enquanto o maior tem tela de 6 polegadas, 15,7 cm de comprimento e 7,6 cm de largura.
Quantas pessoas você conhece que mudaram do iOS para o Android e vice-versa? Poucas, provavelmente. Este é um fla-flu antigo no mundo dos celulares. Tem gente que é fã da Apple, tem gente que é fã do Google, mas mesmo quem não aderiu a uma torcida organizada acaba aderindo a um só sistema, porque rola um estranhamento quando se opera o "concorrente".
Já fiquei desesperado por precisar usar um iPhone durante uma semana, mas o Pixel 2 quer subverter isso e atrair quem está acostumado com o iPhone.
Mas não são apenas usuários de iPhone que podem se interessar pelo aparelho. Esse, inclusive, foi o meu caso: acostumado com smartphones Android, acabei adquirindo um Pixel 2 justamente porque ele oferece a mais pura experiência com esse sistema operacional.
Design
Isso fica especialmente notável no modelo menor, cujo tamanho e formato lembra o estilo dos iPhone. A sensação se mantém graças à interface do Android 8 Oreo, mais limpa e intuitiva de usar.
Ele não é o celular mais bonito do mundo: tem um visual quadrado, sem bordas curvas ou infinitas. O vidro, na parte de trás, está só na porção superior, onde fica a câmera e o flash.
Embaixo, o corpo é emborrachado, o que ajuda na pegada, e o sensor biométrico é bem posicionado. É um aparelho fácil de usar com uma mão só, sendo que esse sensor também tem a função de "touchpad", servindo para abrir e fechar as notificações. Se não provoca suspiros, a aparência ao menos torna o celular bastante discreto.
Câmeras
Por outro lado, o Pixel 2 constantemente lidera comparativos quando o assunto é a câmera.
O conjunto é simples. Uma lente na frente de 8 MP e outra atrás, de 12 MP. Nada de câmera dupla. A grande diferença está no software.
A câmera se vale de inteligência artificial e aprendizado de máquina para definir diversos parâmetros da foto.
O HDR+, que aumenta a profundidade das cores registradas em uma imagem, se vale desse artifício. Quando a função está ativa, cada foto na verdade é um conjunto de até dez imagens com diferentes níveis de exposição, do mais escuro ao mais claro. A inteligência artificial escolhe a melhor imagem de acordo com a luminosidade no momento e as restantes são mescladas de maneira a aumentar o nível de detalhes.
A solução é muito interessante para fotos de baixa luminosidade e sem uso de flash.
É claro que ambientes totalmente escuros não vão render boas imagens, mas a câmera do Pixel 2 faz o que é possível "e mais um pouco", especialmente por contar com estabilização óptica, que suaviza as tremidas.
Ela também conta com o queridinho modo retrato, que borra o fundo da imagem. Aqui, porém, isso ocorre de forma diferente: em vez de utilizar duas lentes, como acontece no iPhone 8 Plus, por exemplo, o Pixel 2 consegue o efeito com uma lente só, usando - novamente - inteligência artificial para separar o objeto de destaque do fundo. E isso também permite que o efeito esteja disponível para a câmera dianteira.
Se brilha nas fotos, na hora de fazer vídeos o celular da Google é um pouco mais convencional. É capaz de gravar em resolução 4K, mas só faz isso a 30 quadros por segundo, o que gera vídeos com movimentação menos suave. Para gravar a 60 quadros, a resolução máxima permitida é Full HD. As imagens resultantes têm mais ruído do que as vistas em aparelhos topo de linha de Samsung e Apple.
Desempenho
O Pixel 2 se equipara à concorrência. Aplicativos abrem rapidamente e jogos funcionam sem qualquer tipo de travamento.
Aqui, méritos tanto para o hardware, que se vale de um chip Snapdragon 835 de oito núcleos - que equipou diversos aparelhos lançados em 2017, como o Samsung Galaxy S8, o Nokia 8 e o Sony Xperia XZ Premium - e 4 GB de RAM.
Contribui e muito para a performance o fato do Pixel 2 ter um Android 8.0 extremamente puro —e livre para processamento as tarefas de acordo com a demanda do usuário.
Bateria
A bateria é justa: não permite dias longe da tomada, mas também não transforma o Pixel 2 em um "celular com fio". Caso você precise dar uma carga emergencial, a boa notícia é que o carregador do aparelho é capaz de preencher 30% da bateria em apenas 20 minutos. Com uso moderado, não é incomum que ela dure mais de um dia.
Google Assistente
Outro destaque é o assistente virtual do Google. No Pixel 2, ele mantém suas principais funções, como uma espécie de "concierge virtual", porém pode ser acionado ao "espremer" a parte inferior da carcaça do celular.
Veja aqui um pouquinho do que ele será capaz de fazer:
O Pixel 2 pode até deixar a desejar na aparência, mas entra fácil no topo da lista de melhores Android do mercado. Seja pelo desempenho e, principalmente, pela câmera, é um excelente custo-benefício e enfrenta de igual para igual celulares renomados e mais caros, como o iPhone 8 ou o Samsung Galaxy S9.
O preço e a discrição foram alguns dos motivos que me fizeram escolher o celular da Google, e não me arrependo.
O principal ponto negativo é que ele não está disponível para nós, brasileiros —e consequentemente falta suporte para consertos, algo que pode fazer muita gente desistir da compra.
Um dos empecilhos para não trazer o Pixel para o Brasil é a necessidade de ter parte da produção no local, coisa que não acontece em outros países. "Isso é uma desvantagem para quem quer levar as coisas para o Brasil", explicou Mário Queiroz, o brasileiro líder da área global de produtos do Google, durante a conferência anual da empresa.
Mas, após pouco mais de três meses de uso, posso dizer que acertei na escolha. É um aparelho que continua bastante rápido, sua câmera frequentemente recebe elogios dos amigos e a maneira como o assistente do Google se integra ao sistema torna o seu uso bastante natural. Confesso que já estou ansioso para ver como será o Pixel 3.
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