"Apple da China", Xiaomi estreia no Brasil com smartphone RedMi por R$ 499
Após quase um ano de rumores, a Xiaomi (lê-se “cháomi”) anunciou nesta terça-feira (30) que vai começar a vender sua linha de smartphones, chamada Mi, no mercado brasileiro. O aparelho escolhido é o RedMi 2, que tem preço sugerido de R$ 499. Ele vai estar disponível a partir de 7 de julho com pré-venda que começa nesta terça-feira no site da empresa br.mi.com.
O evento foi marcado pela confusão na entrada de fãs no evento. O local, um teatro da cidade de São Paulo, tinha capacidade para 900 lugares. No entanto, muitos ficaram para fora e reclamaram bastante na página da companhia no Facebook.
A empresa informou que recebeu 8.000 inscrições para participar do evento e que uma fração disso foi escolhida para vir. Porém, centenas de pessoas vieram ao local sem ter a confirmação, o que causou problemas durante a entrada. A Xiaomi informou que vai repetir a apresentação para esses fãs da marca.
Características do RedMi 2
Ele tem tela IPS de 4,7 polegadas (1.280 x 720 pixels), duas câmeras (uma frontal de 2 megapixels e uma traseira de 8 megapixels com abertura f/2.2), processador Qualcomm Snapdragon 410 64 bits quad-core de 1,2 GHz, 1 GB de RAM e 8 GB para armazenamento (expansível até 32 GB com cartão de memória).
A bateria é de 2.265 mAh e ainda suporta uma tecnologia chamada QuickCharge, que, segundo a empresa, faz o dispositivo carregar 25% mais rápido que os dispositivos que não contam com o recurso.
Um dos diferenciais do aparelho é que ele é dual-sim (suporta dois chips) 4G. A maioria dos dispositivos no mercado ou suporta dois chips 3G ou um chip 3G e outro 4G. O software da companhia permite, por exemplo, deixar um chip para internet e outro só para chamada, por exemplo. O aparelho vai ser o primeiro da marca a ser fabricado fora da China.
O aparelho RedMi 2 chega com preço inferior a boa parte dos concorrentes. O que chega mais próximo é o Galaxy Win 2 Duos, da Samsung, que custa R$ 599 e tem tela menor (4,5 polegadas). O Moto G (2ª geração) tem mais armazenamento (16 GB) e tela maior (5 polegadas), mas tem preço na casa dos R$ 890.
Sobre o preço baixo dos aparelhos, o brasileiro Hugo Barra, vice-presidente global da Xiaomi, disse que a companhia tem planos de mantê-los. Porém, o executivo não descarta ajustes. "Se houver um problema de câmbio [se o dólar ficar mais caro], no dia que anunciarmos um novo produto, iremos avisar os consumidores. Nossa margem é pequena e não podemos bancar uma mudança violenta", afirmou.
Sistema MiUI 6
Apesar de ser famosa por vender smartphones a preços acessíveis, a empresa diz que seu diferencial é o software. A companhia desenvolve uma versão própria do Android chamada MiUI (interface de usuário Mi). A empresa tem um ciclo de atualização de software semanal baseado no feedback de fãs. Enquanto isso, o Android e o iOS, da Apple, só liberam atualizações anuais.
O MiUI 6 conta com uma série de “perfumarias” para facilitar a vida do usuário. Para mover ícones entre telas, por exemplo, o usuário segura o aplicativo com um dedo e muda de área de trabalho com o dedo de outra mão. No Android e no iOS, o usuário deve segurar o ícone com o dedo e arrastá-lo.
Outra característica do sistema é a galeria de temas. O usuário pode instalar centenas de diferentes designs para personalizar o visual do dispositivo. O da Lamborghini, por exemplo, emite um som do motor do carro ao desbloquear o dispositivo.
O sistema vem ainda com a MiCloud, solução de armazenamento de dados na internet. Ele faz backup constante de dados do usuário, como fotos em alta resolução, registros de chamadas e até mensagens de texto. Caso o usuário perca o dispositivo, basta efetuar login no novo dispositivo que todos os dados serão recuperados.
Apple chinesa?
O apelido de "Apple da China" foi dado pela mídia ocidental, sobretudo pelo estilo de apresentação de produtos feita por Lei Jun, diretor-executivo e fundador da Xiaomi, que é muito parecido com as feitas por Steve Jobs. Geralmente, Jun veste camiseta preta, há um telão em suas costas e na plateia há milhares de fãs ansiosos pelos anúncios.
No entanto, a Xiaomi não se assemelha nem um pouco com a empresa norte-americana no que diz respeito ao preço baixo dos seus aparelhos e no relacionamento com os fãs. Uma das ações de fidelização é um festival promovido pela companhia para celebrar o aniversário de fundação. No Mi Fan Festival deste ano, por exemplo, fãs da marca podiam jogar um game que dava desconto em novos produtos ou distribuía o Mi Habbit, o coelho mascote da marca.
Por estar sempre em contato com os fãs, a empresa desenvolve para seu sistema soluções pedidas por eles, como um bloqueador de spam para SMS, integração da lista de contatos com o serviço de páginas amarelas local e acionamento da câmera por comando de voz.
"O preço é acessível porque a companhia corta despesas ao vender diretamente e em marketing, usando sua loja online e sua conta no Weibo [espécie de Twitter chinês]", explica a analista Jingwen Wang, da consultoria de mercado Canalys.
Acessórios
Além do smartphone, a companhia trará ao Brasil dois acessórios do portfólio da marca: a MiPowerBank e a MiBand. O primeiro é um carregador portátil de 10.400 mAh, que fornece cerca de três cargas a um smartphone (podendo variar conforme a capacidade da bateria do dispositivo). O acessório começará a ser vendido nas próximas semanas e custará R$ 99.
O outro é uma pulseira para medir atividades físicas. Ela, que conta com uma autonomia de 30 dias, ajuda a medir os passos dados pelo usuário. A MiBand serve também para medir o sono, serve como despertador inteligente (ela vibra conforme o horário estabelecido pelo proprietário) e para desbloquear dispositivos Android (com ela nos pulsos, o usuário não precisa colocar senha para acessar seu smartphone). O dispositivo chega com preço sugerido de R$ 95 e estará disponível nas próximas semanas.
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