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Reino Unido investiga prática de extorsão contra crianças em jogos para tablets e smartphones

Foram necessários apenas dez minutos para Danny Kitchen, de 5 anos, baixar o equivalente a R$ 5.100 (1.700 libras) em extras para um jogo no iPad de seu pai, em Bristol (Reino Unido) - Arte UOL
Foram necessários apenas dez minutos para Danny Kitchen, de 5 anos, baixar o equivalente a R$ 5.100 (1.700 libras) em extras para um jogo no iPad de seu pai, em Bristol (Reino Unido) Imagem: Arte UOL

Do UOL, em São Paulo

12/04/2013 18h55

A autoridade britânica que cuida do comércio justo no país, o OFT (Office of Fair Trading), está investigando empresas que oferecem aplicativos gratuitos a crianças, mas ofertam a compra de créditos extras. Há suspeita de que os menores estão sofrendo extorsão “direta”, pelo forte incentivo à aquisição de ''moedas virtuais'' por eles mesmos ou por meio dos pais.

Segundo informações do “Wall Street Journal”, a investigação busca analisar se os jogos têm práticas “enganosas, comercialmente agressivas ou injustas. Nesses jogos gratuitos para tablets e smartphones, é comum que o usuário acesse apenas partes das funcionalidades ou dos níveis possíveis de serem jogados.

Para conseguir passar para outras fases ou acelerar a evolução no jogo, a pessoa tem de comprar créditos. No caso das crianças, se os pais não bloquearem ao recurso de compra dentro do aplicativo, os gastos podem causar um grande prejuízo no cartão de crédito.

Segundo Cavendish Elithorn, diretor sênior de bens e consumo da OFT, as crianças são pressionadas injustamente a comprar esses extras.
“A OFT não está em busca da proibição dessas compras dentro dos aplicativos, mas a indústria de jogos deve assegurar que está cumprindo os regulamentos relevantes para que as crianças estejam protegidas”, disse.

A entidade notificou algumas companhias que oferecem jogos gratuitos e está reunindo informações sobre as estratégias de marketing voltadas a crianças dentro dos aplicativos. Além disso, pais que tiveram prejuízo com compras feitas pelos filhos e grupos de defesa do consumidor serão consultados.