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Fabricantes apostam em 'guerra de megapixels' nas câmeras de novos smartphones

Optimus G Pro, da LG, tem câmera traseira de 13 megapixels. Ele permite gravar simultaneamente com as duas câmeras, como mostra a imagem acima - Derek Sismotto/UOL
Optimus G Pro, da LG, tem câmera traseira de 13 megapixels. Ele permite gravar simultaneamente com as duas câmeras, como mostra a imagem acima Imagem: Derek Sismotto/UOL

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em Barcelona (Espanha)

26/02/2013 18h23

Se até pouco tempo atrás uma câmera de 8 megapixels era considerada um ótimo recurso nos smartphones, os lançamentos de algumas companhias podem mudar essa história. No Mobile World Congress 2013, evento de tecnologias móveis realizado em Barcelona, fabricantes apresentaram modelos com 13 megapixels.

Os dispositivos que superaram essa barreira são o LG Optimus G Pro, o ZTE Grand Memo e o Huawei Ascend P2. Esses aparelhos fazem com que as imagens registradas tenham maior “densidade”, permitindo a visualização de detalhes ao dar zoom. Em média, as fotos feitas com essas câmeras ocupam um espaço de 3 MB (megabytes) do espaço disponível no telefone (acredite, isso começa a pesar após umas cem fotos).

Diante das novidades, a pergunta que fica é: vale a pena ter uma câmera de celular que tira fotos com essa qualidade (e tamanho)?

O fato de ter fotos maiores e poder selecionar apenas o objeto principal, sem que a imagem fique granulada, é bom. No entanto, a impressão que se tem com esses lançamentos é o de que as fabricantes travaram uma guerra de megapixels – com isso, acabam esquecendo que uma boa foto não se restringe ao tamanho, mas também boas definições e bom controle de luz.


Sensores
Para que uma câmera seja boa, também é necessário ter qualidade em suas lentes e sensores de imagem. Eles devem oferecer, por exemplo, uma abertura maior de diafragma – quando isso ocorre, uma imagem fica nítida, mesmo em ambientes com pouca luz.

Uma analogia que pode servir para entender a importância de lentes e sensores numa câmera é a diferença entre zoom digital e zoom óptico. Enquanto o primeiro usa software para dar a impressão de proximidade, o segundo usa um conjunto de lentes para se “aproximar” do objeto fotografado.

Nos aparelhos lançados durante o Mobile World Congress, LG e ZTE não revelaram as especificações de sensores: os únicos detalhes presentes são AF (indica que a câmera tem foco automático) e que elas têm flash com luz LED.

O mesmo ocorre com o Ascend P2. Mas no caso da Huawei, a empresa detalha que o smartphone conta com ferramentas de software para melhorar a qualidade das imagens. Os citados pela empresa chinesa são o recurso HDR (recurso que cruza imagem mais escura com a mais clara para a busca de uma definição mais fiel) e o BSI (que, baseado nos elementos da foto, aumenta a iluminação da imagem). Nada de lentes.

Na contramão desses lançamentos, já existem fabricantes que oferecem menos megapixels e mais recursos – caso da Nokia e HTC. 

O Lumia 720 tem uma câmera de 6,7 megapixels, mas conta com lentes Carl Zeiss e um sensor de luz que consegue captar imagens no escuro de forma aceitável. Já a HTC mostrou recentemente o smartphone One, com câmera de 4 megapixels. De acordo com a empresa, apesar da “baixa resolução”, ele traz uma tecnologia especial que permite a captação de 300% mais luz que sensores de outros celulares inteligentes.

  • Derek Sismotto/UOL

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