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Especialista diz que variante beta pode "fugir" de vacinas como AstraZeneca

19/07/2021 22h20

Londres, 19 jul (EFE).- O diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, Andrew Pollard, afirmou nesta segunda-feira que a variante beta, identificada primeiro na África do Sul, pode escapar da imunidade oferecida pela vacina, embora espere que a AstraZeneca garante "proteção muito alta" contra hospitalizações e mortes".

As declarações foram dadas no dia do fim das últimas restrições impostas pelas autoridades britânicas, o que significa que não haverá mais limite de pessoas reunidas em espaços fechados e que o uso de máscaras não será mais obrigatório.

"A variante beta também é encontrada no Reino Unido e, assim como a variante delta, é capaz de fugir da imunidade da vacina até certo ponto", garantiu hoje o especialista, em entrevista à emissora britânica "BBC Radio 4".

Segundo Pollard, justamente por causa dessa variante "é realmente bastante propícia a hora de tirar as dúvidas sobre a imunidade das vacinas". O chefe do grupo de Oxford completou que a comunidade científica admite que a mutação pode se propagar em populações vacinadas.

"Sabemos que pessoas que foram imunizadas com vacinas de RNA mensageiro (geneticamente modificado), como a da Pfizer, assim como a de Oxford/AstraZeneca (que utiliza adenovírus), podem se infectar com a variante beta", indicou o especialista britânico.

Sobre a efetividade pelo imunizante produzido pela universidade, Pollard explicou que um estudo realizado na África do Sul pela farmacêutica Johnson & Johnson, que produz a Janssen, mostrou que apenas uma dose da AstraZeneca garante 100% de proteção contra internações e mortes.

"Esperamos que, do ponto de vista da biologia, obtenham proteção muito alta contra as hospitalizações e as mortes. Estou absolutamente confiante que acontecerá dessa forma, já que assim é como funcionam as vacinas", disse.

Para o diretor do Grupo, haverá em breve um aumento nos contágios, mas isso não resultará em aumento na quantidade de internações e de mortes, embora a alta no número de casos "será muito menor do que em outras ondas" da pandemia.