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Apple quer vender Macs com chips próprios a partir de 2021

Tim Cook apresenta as novidades da Apple para desenvolvedores na WWDC - Brittany Hosea-Small/AFP
Tim Cook apresenta as novidades da Apple para desenvolvedores na WWDC Imagem: Brittany Hosea-Small/AFP

Mark Gurman, Debby Wu e Ian King

23/04/2020 10h40

A Apple planeja começar a vender computadores Mac com seus próprios processadores a partir do ano que vem, contando com designs que ajudaram a popularizar o iPhone e o iPad, segundo pessoas a par do assunto.

A gigante da tecnologia com sede em Cupertino, na Califórnia, está desenvolvendo três processadores próprios Mac, conhecidos como "sistemas em um chip" e com base no processador A14 do próximo iPhone. O primeiro deles será muito mais rápido do que os processadores no iPhone e iPad, disseram as pessoas.

A Apple se prepara para lançar pelo menos um Mac com seu próprio chip no próximo ano, segundo as pessoas. Mas a iniciativa de desenvolver vários chips, batizada de Kalamata, sugere que a empresa pretende usá-los em uma maior parte da linha Mac, cujo atual fornecedor é a Intel.

A Taiwan Semiconductor Manufacturing, parceira da Apple para processadores iPhone e iPad, fabricará os novos chips Mac, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Os componentes serão baseados em uma técnica de produção de 5 nanômetros, o mesmo tamanho que a Apple pretende usar nos próximos iPhones e iPad Pros, disse uma das pessoas. Um porta-voz da Apple não quis comentar, tampouco a Intel e a TSMC.

A decisão da Apple de desenvolver mais chips próprios tem como objetivo obter maior controle sobre o desempenho dos aparelhos e diferenciá-los dos rivais. Utilizar a mesma tecnologia subjacente em Macs, iPhones e iPads deve facilitar a unificação do ecossistema de aplicativos da Apple e a atualização de seus computadores com mais frequência. A medida também reduziria a dependência da Intel, que tem encontrado dificuldade para manter os aumentos anuais de desempenho oferecidos anteriormente.

Os chips atuais de aparelhos móveis da Apple têm várias unidades de processamento, ou núcleos, que executam diferentes tipos de tarefas. O novo iPad Pro possui quatro núcleos para tarefas de alto desempenho e outros quatro para lidar com tarefas com baixo consumo de energia para preservar a vida útil da bateria.

Os primeiros processadores Mac terão oito núcleos de alto desempenho, chamados de Firestorm, e pelo menos quatro núcleos com eficiência de energia, conhecidos internamente como Icestorm. A Apple estuda processadores Mac com mais de 12 núcleos no futuro, disseram as pessoas.

Como a Qualcomm e o restante da indústria de semicondutores móveis, a Apple projeta chips de smartphone com tecnologia da Arm., controlada pelo SoftBank Group. Esses componentes geralmente usam menos energia do que os produtos da Intel. Mas, nos últimos anos, os clientes da Arm tentaram fabricar processadores que também são mais potentes.

A transição para designs de processadores da própria Apple provavelmente começaria com um novo laptop, porque os primeiros chips Mac personalizados da empresa não serão capazes de rivalizar com o desempenho que a Intel oferece para os sofisticados MacBook Pros, iMacs e Mac Pro.

Deixar a Intel é uma mudança complexa, exigindo estreita colaboração entre as equipes de software, hardware e de fornecimento de componentes da Apple. Em razão das quarentenas e gargalos na cadeia de suprimentos da empresa na Ásia, a transição pode ser adiada, disseram as pessoas.