Governo chinês apaga milhares de apps e mira gigante dona "WhatsApp" local
Bloomberg News
23/01/2019 14h13
A China está intensificando os esforços para controlar a internet no país, criticando o popular aplicativo de notícias da Tencent Holdings por divulgar informações vulgares e desativando mais de 700 websites e milhares de aplicativos em apenas três semanas.
A Administração do Ciberespaço da China eliminou mais de 7 milhões de itens da rede desde 3 de janeiro, excluindo mais de 9.300 aplicativos de smartphone para remover informações que considerou inapropriadas ou prejudiciais, informou o órgão em comunicado distribuído à imprensa.
O serviço da Tencent, chamado Tian Tian Kuai Bao, que significa notícias diárias rápidas, foi criticado por disseminar "conteúdo vulgar e de baixo nível que era prejudicial e danoso para o ecossistema da internet", afirmou a agência.
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A última onda de desligamentos, que faz parte de uma campanha de seis meses destinada a erradicar a "vulgaridade" da internet local, se destaca pela escala e pela velocidade. A Baidu e a Sohu.com foram obrigadas a suspender uma série de serviços noticiosos há apenas algumas semanas.
Pequim tem adotado uma postura cada vez mais dura em meio ao florescimento do ecossistema da internet do país, incentivando a aplicação de medidas duras a jogos de videogames e redes sociais que prejudicaram líderes do setor, como a operadora do WeChat, a Tencent, e a maior startup do mundo, a Bytedance. As medidas representam a mais severa repressão digital da história do país, fechando ou suspendendo temporariamente serviços das lojas de aplicativos por disseminarem de tudo, de piadas grosseiras a informações proibidas.
A Tencent e outros websites receberam ordens de reformular suas operações, afirmou o órgão de fiscalização em seu comunicado, sem dar detalhes. As ações da empresa caíram 0,8 por cento em Hong Kong.
A Tencent informou que não poderia comentar imediatamente.