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Alan Wake Remastered não impressiona, mas vale para relembrar trama (e só)

Divulgação/Remedy Entertainment
Imagem: Divulgação/Remedy Entertainment

Por Thaime Lopes

Colaboração para o START

05/10/2021 04h00

Alan Wake Remastered é, como o próprio nome indica, uma versão remasterizada do jogo que fez sucesso em seu lançamento, em 2011. Originalmente disponível apenas na plataforma Xbox, o Remastered agora foi também para PlayStation 4 e 5, além de, claro, a antiga e a nova geração Xbox e PC.

No anúncio da nova versão, a Remedy Entertainment afirmou que o Alan Wake de 2021 viria com gráficos 4K e as duas DLCs inclusas. Mas não foi o que aconteceu. E o que parecia ser uma experiência de jogo tranquila e atualizada para quem já conhecia a história de Alan Wake se tornou um verdadeiro livro de suspense, tensão e terror - tal qual a obra literária do protagonista.

Alan Wake Remastered - Divulgação/Remedy Entertainment - Divulgação/Remedy Entertainment
Imagem: Divulgação/Remedy Entertainment

Cadê os gráficos que deveriam estar aqui?

Os gráficos 4K eram uma das justifcativas para trazer o jogo à noa geração. O que foi entregue, entretanto, está bem abaixo disso. Minha experiência com Alan Wake em um Xbox foi desastrosa: as imagens demoravam a carregar, cenas noturnas ganhavam camadas de luz como se fossem fotos com muita exposição e os personagens me lembravam minha primeira (e última) tentativa com Cyberpunk 2077.

Está melhor do que me lembro de sua versão no Xbox 360? Sem dúvida. Mas ainda deixa a desejar e, principalmente, essa comparação não vai servir de consolo para quem desembolsar uma grana para comprá-lo pela primeira vez.

O visual melhora nas cutscenes, que procuram dar destaque ao cenário da pequena cidade de Bright Falls. Ainda assim, não tem como ter a sensação de que algo não foi entregue a tempo para o lançamento. Se eu não conhecesse o Alan Wake de 2011 e jogasse o de 2021, facilmente confundiria os dois.

Minha imersão como personagem de um livro de terror do próprio Alan Wake começou aí, mas eu mal sabia que estava só no começo.

Alan Wake Remastered - Divulgação/Remedy Entertainment - Divulgação/Remedy Entertainment
Imagem: Divulgação/Remedy Entertainment

Atualizado... só que não?

Eu tinha altas expectativas para a jogabilidade da nova versão. Em 2011, lembro de reclamar que tudo parecia um pouco travado: o protagonista corria num ritmo incompatível com o nível de perigo; a sensibilidade da câmera atrapalhava nos momentos de ação; e eu simplesmente achava a mecânica de tiro muito arcaica para a data de lançamento.

Para minha surpresa, pouca coisa mudou desde então.

Atirar continua sendo um martírio, já que Alan Wake está sempre fazendo malabarismo para atirar com uma mão e segurar sua fiel lanterna na outra.

Na hora de correr, boa sorte para os jogadores. Com apenas uma barra indicando a vida, mas não a resistência do personagem, muitas vezes gastamos o fôlego de Alan logo antes de uma horda de inimigos aparecer. Isso significa que muitas vezes eu poderia ter evitado morrer se eu tivesse controle da minha resistência, mas, como toda história de terror, ter capacidade máxima para enfrentar os adversários seria fácil demais, né?

A sensibilidade da câmera continua atrapalhando. Alan vira bruscamente para um lado e para o outro. Demorei a me acostumar com qual seria o "toque ideal" no controle para mantê-lo mais estável. (Vale ressaltar que, depois que entendi a sutileza, a experiência ficou menos irritante.)

É lag que não acaba mais

Minhas horas com Alan Wake Remastered foram resumidas em uma palavra: lag. Correndo, parado, conversando com outro personagem ou em cutscene, o lag me perseguiu muito mais do que os monstros da escuridão do jogo.

Isso atrapalhou também na hora dos combates: quando eu tentava correr para um local, virar e atirar, muitas vezes a tela dava uma travada e eu perdia o timing ou, pior, deixava um inimigo se aproximar.

Nas primeiras horas de jogo, cheguei a reiniciar o console, achando que poderia ser um problema com o Xbox. Não era - o lag ficou do meu ladinho, me fazendo companhia, bem como a lanterna-mascote de Wake.

Mas e a história?

Bom, para quem conhece Alan Wake, nada muda. A história continua a mesma, acompanhando a trajetória do escritor na pequena cidade de Bright Falls enquanto ele tenta entender o desaparecimento de sua esposa.

É aqui e apenas aqui que a versão remasterizada vale o investimento: por não alterar em nada o plot de 2011. Para quem curte suspense, Alan Wake entrega tudo isso de uma forma diferente de outros jogos.

A imersão no terror e na mente de Wake se dá no desenrolar de sua luta pela esposa, e as peças do "quebra-cabeça" se encaixam conforme descobrimos manuscritos e ouvimos a narração de Alan.

A música e a voz do personagem nos guiam para uma experiência imersiva, como se de fato fôssemos leitores de seus livros ou até como se entendêssemos sua mente criativa.

O problema de gráfico, mecânicas enferrujadas e lags, entretanto, não colaboram. O que poderia ser uma experiência guiada pela luz, acaba na escuridão.

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