Jogo rápido: "Monster Boy" é game de plataforma imperdível e surpreendente
Quem jogou "Wonder Boy: The Dragon's Trap", remake do clássico "Wonder Boy III: The Dragon's Trap" de 1989, que serviu de base para o game "Turma da Mônica em: O Resgate", lançado para Master System em 1993, acabou tendo uma sensação mista. De um lado, havia os gráficos fantásticos e músicas refeitas que, ao toque de um botão, retornavam para o visual clássico da era 8-bits. O problema era que a alta dificuldade do game somada a controles pouco precisos acabam resultando numa combinação capaz de tirar a paciência do mais dedicado dos jogadores.
Confesso que, mesmo fã de games clássicos passei um bocado de raiva até terminar o game. Ainda assim, era uma experiência positiva regada de nostalgia. Foi um certo azar estar no mercado justamente quando séries clássicas como "Mario", "Mega Man" e "Castlevania" monopolizavam a atenção do público.
E aí chegamos a "Monster Boy and the Cursed Kingdom", game lançado no último dia 4 de dezembro para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Anunciado em 2015, ele passou por um longo período de desenvolvimento e teve mudanças em algumas concepções, como o visual que passou a ser totalmente desenhado à mão.
Em termos gerais, podemos considerar a novidade como uma sequência da série "Wonder Boy", ainda que não haja um fio condutor muito claro a ponto de dizermos que é uma continuação direta dos games clássicos da franquia, especialmente por contar com o criador da série, Ryuichi Nishizawa, como colaborador em seu desenvolvimento.
O jogador controla Jin, um jovem de cabelos azuis cuja missão é "colocar ordem" no reino após seu tio causar problemas transformando as pessoas em animais.
O game amplia os elementos de "Metroidvania" e RPG vistos em "Wonder Boy: The Dragon's Trap", o que significa que o jogador passará diversas vezes pelos mesmos lugares, mas será capaz de explorar áreas novas conforme obtém poderes.
E, como um bom game da série, o protagonista pode se transformar em diversos animais diferentes conforme derrota chefes de fase - estes têm um excelente design, mas não representam um grande desafio.
Além disso, Jin é capaz de melhorar seus atributos por meio de equipamentos, coletar itens que aumentam sua barra de saúde e aprender magias que são úteis tanto para explorar o ambiente quanto para enfrentar inimigos.
Nada disso, no entanto, serviria se o game não apresentasse uma boa jogabilidade.
É nesse ponto que "Monster Boy and the Cursed Kingdom" realmente brilha. Aqui, não há um elemento qualquer que possa motivar reclamações: o game tem comandos precisos e simples, algo mandatório quando os jogadores encontram seções das fases que exigem pulos bem calculados e praticamente sem margem de erro.
Outra curiosidade sobre o título é a sua curva de dificuldade, que fica mais acentuada conforme o jogador deixa o personagem mais forte. É um contraponto ao que estamos acostumados a ver em games cujos personagens ganham novos poderes conforme se avança.
O tempo de jogo pode variar de acordo com a habilidade de quem controla Jin em suas variadas formas, mas ele tende a ser algo em torno dez horas. Nesse período, além de encontrar trechos de plataforma e muitos combates com inimigos, o jogador também vai se deparar com quebra-cabeças, o que ajuda a dar uma boa dose de variedade ao game.
Com visual e músicas de primeira, desafio interessante e uma relação entre esforço e recompensa, "Monster Boy and the Cursed Kingdom" é uma ótima adição ao gênero dos games de plataforma e, com isso, se torna imperdível para quem curte o estilo e quer uma experiência que mescla elementos clássicos com recursos modernos.
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