Battlefield 4
"Battlefield 4" aprimora tudo o que já era bom no game anterior, publicado em 2011 pela produtora sueca DICE. O jogo faz bonito no modo multiplayer, nos cenários destrutíveis e agora, com diversas formas de interação em mapas dinâmicos.
Nos consoles atuais, o novo "Battlefield" é mais bonito do que seu predecessor, mas não muito. É no PC - e quem sabe nos consoles de próxima geração - que a guerra moderna da DICE realmente brilha. "Battlefield 4" é uma experiência multiplayer por excelência e é assim que deve ser apreciado: em partidas que combinam estratégia e tiroteio intenso, exigindo coordenação e trabalho em equipe dos jogadores.
A campanha solo é melhor do que a de "BF3", mas não muito - de fato, suas 5 horas se salvam pela excelente dublagem brasileira.
Introdução
Para uma franquia nascida no PC, "Battlefield" percorreu um longo caminho: seu quarto episódio canônico chega agora, no entardecer da geração para PC, PlayStation 3 e Xbox 360. Em novembro, o game estará no PS4 e no Xbox One.
"Battlefield 4" tenta novamente emplacar uma campanha solo, sem muito sucesso. Ao menos a versão brasileira se garante com o excelente trabalho do ator André Ramiro (o Mathias de "Tropa de Elite") que encarna o esquentado Irish na aventura.
O forte mesmo aqui é o componente multiplayer, que oferece uma boa variedade de modos de jogo, mapas destrutíveis e interativos e, principalmente, as batalhas que envolvem estratégia, veículos e trabalho em equipe, tão características da série.
Pontos Positivos
Multiplayer robustoNão tenha dúvidas: "Battlefield 4" é um game para se jogar online. É nos mapas detalhados e cheios de rotas e zonas de calor que a diversão acontece, seja a pé ou em veículos - quadriciclos, blindados pesados, tanques, helicópteros, caças e botes estão entre as opções. No PC, os mapas são maiores e suportam 64 jogadores. No PS3 e no Xbox 360, a área é mais adequada para os 24 jogadores aceitos pelas máquinas.
Por sinal, as partidas ficam realmente divertidas quando você consegue entrar em um jogo com o número máximo de jogadores, especialmente se eles forem conhecidos e equipados com headsets - só assim você consegue coordenar o trabalho em equipe necessário para dominar cada ponto estratégico e alcançar a vitória. Jogando com estranhos, às vezes fica a sensação de ser apenas um "Call of Duty" vitaminado com mapas maiores e veículos.
As arenas são interativas e com cenários destrutíveis. Vale a pena explorar o território para conhecer as possibilidades: em um mapa, você pode ativar postes que fecham corredores e mudam as rotas para os pontos de dominação. Em outro, você pode fechar venezianas e conseguir uma cobertura para seus atiradores de elite, por exemplo. Aprender onde estão os canhões e metralhadoras pesadas também é uma obrigação dos jogadores dedicados, ainda mais na hora de encarar inimigos guiando tanques de guerra ou helicópteros.
"Battlefield 4" também marca o retorno do modo Comandante, herança do clássico "Battlefield 2". Aqui, você atua como um líder isolado, coordenando seu time de um ponto de vista elevado do mapa. Pode não ser o papel mais empolgante, mas acrescenta mais uma camada tática ao que já era bom.
O game não traz muita variedade em termos de modos de jogo, mas se garante muito bem com as tradicionais modalidades de captura de pontos estratégicos e ataque e defesa das bases. Algumas variações incluem um modo de mata-mata em equipe sem veículos e coisas do tipo, mas honestamente, a diversão está nas modalidades que fizeram a fama de "Battlefield".
Tecnicamente, "Battlefield 4" é um game incrível, com gráficos caprichados e uma engine de som excepcional. A sensação de estar em um campo de batalha, com tiros vindo por todos os lados, veículos passando ao redor, gritos e explosões é um dos pontos altos do game, seja nas partidas multiplayer ou na campanha solo.
Os efeitos sonoros mudam conforme a posição em que você se encontra: ao ar livre, os disparos inimigos são muito mais altos, mas mudam conforme você se esconde em uma tubulação de concreto ou no interior de uma casa - o que nem sempre é uma boa ideia, já que um explosivo ou um tiro de canhão podem botar a parede abaixo.
Graficamente, "Battlefield 4" é superior no PC em comparação aos consoles atuais. Ainda não vi o jogo rodando no Xbox One ou no PlayStation 4 mas por enquanto o game de computador é a melhor opção para os fãs de efeitos visuais e texturas em alta definição. Mesmo assim, a edição para PS3 e Xbox 360 consegue ser mais bonita do que o jogo anterior, "Battlefield 3".
O visual é muito fotorealista, mas não seria tão impressionante sem animações e movimentação no mesmo nível. Por sorte, "Battlefield 4" não desaponta: as armas são muito bem feitas, assim como os veículos. Os movimentos são fluídos, a troca de munição e o uso de acessórios, como ajustar uma mira, por exemplo, sempre é bem animado e bonito de assistir.
Já aviso agora: a campanha solo de "Battlefield 4" não é grande coisa, mas vale jogar por alguns motivos, sendo o principal deles a ótima dublagem brasileira do game. A decisão de contratar atores conhecidos do cinema e da TV nacional para os papéis principais se provou das mais acertadas.
A dupla Dan Stulbach e André Ramiro cedem suas vozes para Pac e Irish, os dois guerreiros que acompanham o jogador em sua aventura pelas ruas de Shangai e além. As vozes soam naturais e não agridem o ouvido com expressões estranhas ou exageradas. Em alguns momentos, superam o original norte-americano, ao menos para a audiência brasileira, com palavrões e interjeições típicas daqui, daquelas que você ouve e pensa: "Eu diria exatamente isso nessa hora".
Os outros dubladores de "Battlefield 4" acabam parecendo fracos perto da dupla, principalmente de Ramiro - é difícil não associar o ator ao policial Mathias, de "Tropa de Elite", ainda mais em um jogo de temática militar - mas ao invés de parecer uma imitação, a atuação soa natural e dá vida ao personagem Irish, como poucas vezes em um game localizado para o Brasil.
Pontos Negativos
Campanha soloComo disse antes, a campanha solo de "Battlefield 4" é o ponto mais fraco do game. É uma aventura curta: você vai de uma ponta a outra da história em cerca de cinco horas, jogando na dificuldade média. A trama é bacana, lembrando às vezes os livros do falecido Tom Clancy - como em uma longa passagem dentro de um navio norte-americano, que é mostrado nos mínimos detalhes mas onde praticamente nada acontece.
A aventura coloca o jogador como líder do esquadrão Lápide em uma missão de extração em Shangai, em um cenário de guerra entre a China e os EUA. A trama maior é um tanto secundária e você logo se vê diante do drama pessoal do grupo. O jogo tenta explorar as relações pessoais dos soldados, desde a ótima introdução ao som de "Total Eclipse of the Heart" até os três finais possíveis.
Ainda assim, a campanha tem alguns momentos chatos - desde uma cena guiando um carro comum, com a direção muito pior do que todos os outros veículos do jogo - você se sente pilotando um sabonete que voa sobre o asfalto - ou o já citado trecho no navio. Um dos melhores estágios, já perto do fim, tem 'checkpoints' muito distantes, o que deixa a jogatina irritante quando você morre e precisa retornar até o começo da fase.
As missões são em áreas mais abertas do que os estágios do rival "Call of Duty", mas menos diversificadas do que em um "Halo", por exemplo. Além disso, não aproveitam os elementos que fazem o multiplayer de "Battlefield" tão bom. Basicamente, você avança - de várias formas, ok - eliminando inimigos. Falta o componente tático que torna o game mais profundo nas partidas online.
Por fim, fica a dica: não olhe a lista de conquistas (ou troféus) antes de terminar a campanha. Os três finais são descritos ali, de forma bem direta e sem mistérios, estragando a surpresa da história.
Nota: 9 (Excelente)
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