The Amazing Spider-Man
O retorno do Homem-Aranha para os jogos de mundo aberto, mesmo que apenas em partes, chegou em boa hora. Balançar pela ilha de Manhattan é uma experiência agradável e que vai entreter o jogador com seus belos gráficos e missões variadas.
Entretanto, não é possível fechar os olhos para problemas como o fato das missões principais não serem essencialmente ligadas ao mundo aberto ou a simplicidade dos combates. Até mesmo o número elevado de colecionáveis - e a difícil maneira de encontrá-los - pode espantar qualquer pessoa que tenha a vontade de encontrar todos os itens do game.
Mas, no final, a experiência é muito boa e não deixa a sensação de que estamos jogando um game de um filme – ou o terceiro título de um mesmo estúdio em três anos. “Amazing Spider-Man” é um game que agrada não apenas o mais fervoroso fã de quadrinhos, mas também quem gosta de jogos de mundo aberto com diversas coisas para fazer.
Introdução
Balançar entre os arranha-céus de Manhattan sempre foi bacana em um jogo do Homem-Aranha, mas isso foi algo que ficou de fora dos dois últimos games do herói. “The Amazing Spider-Man” marca o retorno da liberdade do mundo livre.
O jogo do estúdio Beenox está intimamente ligado com o filme “O Espetacular Homem-Aranha”, mostrando personagens, relacionamentos e até mesmo detalhes da trama que estão no longa-metragem.
A história mostra um vírus transmorfo desenvolvido pela Oscorp que acaba saindo de controle e se espalha pela cidade. Bem no epicentro do incidente estava ninguém menos do que Gwen Stacy, a namorada de Peter Parker, alter ego do herói mascarado, que deve então fazer estranhas parcerias para salvar o dia.
Pontos Positivos
Mundo abertoA Beenox fez um bom trabalho em criar a emoção de balançar entre os prédios da cidade de Nova York. O simples fato de ir de um lugar para outro é capaz de consumir horas e mais horas. Existe um botão para lançar teias e ganhar impulso para ir de um prédio a outro, porém o mais divertido mesmo é fazer acrobacias com o Web Zip, habilidade que permite ao Homem-Aranha disparar uma teia e se jogar na direção apontada.
A cidade é colorida, viva e bonita, com possibilidade de visitar pontos turísticos como o Empire State ou o Central Park . As pessoas se surpreendem quando veem o herói de azul e vermelho dando acrobacias rasantes nas ruas e até fazem comentários sobre o que acontece em uma “rede social” que pode ser conferida nas telas de carregamento.
As missões principais são bem variadas: algumas seguem o estilo “siga em frente e derrube todos os vilões”, outras requerem que o Aranha seja mais cauteloso e siga sem ser detectado se arrastando pelas paredes e tetos e até algumas que ele deve fugir de locais em um curto espaço de tempo.
Nas missões furtivas, o herói conta com uma habilidade que lembra “Batman: Arkham City”, no qual ele envolve o adversário em uma rede de teia e o pendura no teto. Já as missões de pancadaria não são tão empolgantes e o jogador deve aturar o modo de combate que é muito simples.
Aliado a isso, a cidade possui uma infinidade de missões paralelas que vão desde enfrentar bandidos comuns, participar de perseguições automobilísticas e até fazer trabalhos de fotógrafo. Isso garante boa sobrevida para o jogo depois de terminar a história principal.
No geral, os jogadores não ficarão entediados e vão conseguir se divertir, seja com missões paralelas, seja com atividades da história principal.
Para um jogo com mundo aberto e inspirado em um filme, “Amazing Spider-Man” surpreende pela qualidade dos gráficos. De cima do maior prédio da cidade é possível ver a ilha inteira sem o manjado recurso de névoa que esconde as coisas que estão muito longe – e isso é muito legal.
Claro que quem procura acha, como algumas texturas em baixa resolução, principalmente no nível do chão, mas isso é até compreensível, tendo em vista que o game foi feito para ser visto de cima dos prédios gigantescos.
O uniforme do Aranha se rasga conforme ele apanha e sofre danos. E isso fica evidente em lutas contra os robôs gigantescos que percorrem nas ruas da ilha.
Pontos Negativos
Mundo fechadoO tal mundo aberto de “Amazing Spider-Man” empolga, mas é também uma farsa. Ele serve apenas como ligação entre uma missão principal e outra. Existe muita coisa para ser feita na ilha de Manhattan, mas a grande maioria é de atividades que não estão relacionadas com a trama principal.
São poucas as ocasiões nas quais o Aranha sai de uma fábrica ou laboratório para combater o crime nas ruas. E mesmo assim, isso ocorre apenas em batalhas contra robôs gigantes e outros momentos-chave. A impressão que ficou foi que a cidade tem uma vida à parte, alheia de tudo o que acontece nos cantos obscuros da Oscorp.
A série “Batman: Arkham” elevou o nível dos jogos de super-heróis. Agora existe uma demanda por um combate mais refinado e variado e foi justamente nisso o que a Beenox falhou em entregar.
Eles até tentaram copiar o sistema de batalha, colocando o sentido aranha para avisar o momento para se esquivar de um golpe, um botão para contra-ataque, outro para soco e até mesmo um ataque especial. Mas faltou o refinamento, a variedade e a complexidade que estão presentes no game do Homem-Morcego.
O combate se resume a esmagar o botão de soco, se esquivar de vez em quando e, quando as coisas estiverem complicadas, existe um comando para o Aranha fugir e recuperar a energia.
Em todos os cantos de Manhattan existem páginas de histórias em quadrinhos e a recompensa por pegar todas vem em forma de revistas clássicas que podem ser lidas na íntegra no menu principal. Entretanto, os produtores perderam a noção da quantidade de itens espalhados pelo cenário.
No total são 700 páginas que estão nos tetos dos arranha-céus, sobrevoando pela cidade ou nos becos. Este número é exagerado e somente os fãs mais ardorosos vão ter paciência para encontrar todas – ou os caçadores de conquistas e troféus.
Nota: 7 (Bom)
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