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Retrato de Marilyn Monroe por Andy Warhol será leiloado por R$ 1 bilhão

Em ""Marilyn"" (1962), de Andy Warhol, encontramos as principais características da Pop Art: por meio dos conceitos da publicidade, usando cores fortes e brilhantes, o artista faz uma crítica direta e irônica à sociedade consumista - Reprodução
Em ''Marilyn'' (1962), de Andy Warhol, encontramos as principais características da Pop Art: por meio dos conceitos da publicidade, usando cores fortes e brilhantes, o artista faz uma crítica direta e irônica à sociedade consumista Imagem: Reprodução

Nova York (EUA)

21/03/2022 20h13

A casa de leilões Christie's de Nova York anunciou hoje a venda, para o mês de maio, de um dos retratos mais icônicos de Marilyn Monroe feito pelo artista americano Andy Warhol, com um preço estimado em US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão).

O retrato "Shot Sage Blue Marilyn", uma das "imagens mais especiais e transcendentais" da história da arte contemporânea, segundo a Christie's, irá a leilão com o preço mais elevado para uma obra do século XX.

Para o presidente da sessão de arte dos séculos 20 e 21 da Christie's, Alex Rotter, a pintura, a "mais importante" que será leiloada em uma geração, é o "ápice absoluto da arte pop americana e da promessa de "Sonho Americano" que reúne otimismo, fragilidade, celebridade e iconografia, tudo ao mesmo tempo".

Esta obra, que representa uma Marilyn com o rosto em cor-de-rosa, cabelos amarelos e sorriso enigmático, pertence à fundação de Thomas e Doris Ammann de Zurique, na Suíça, e já foi exibida nos principais museus do mundo, como o Centro Pompidou de Paris (França), o Tate Modern e a Royal Academy of Arts em Londres (Reino Unido), e o Rainha Sofía em Madri (Espanha), entre outros.

O dinheiro arrecadado será utilizado em projetos de saúde e educação destinados a melhorar a vida das crianças no mundo, o que constitui a maior venda com fins filantrópicos desde o leilão da coleção de Peggy e David Rockefeller, em 2018.

Os irmãos Thomas e Doris Ammann foram os fundadores do museu que leva o mesmo nome em 1977, um dos espaços mais influentes e respeitados na Europa e no mundo, que reúne obras impressionistas, modernistas, do pós-guerra e contemporâneas.

Para o presidente do Conselho da Fundação Georg Frei, o retrato de Marilyn realizado por Warhol em 1964, baseado em uma foto para um cartaz publicitário do filme "Torrente de Paixão" (1953) de Henry Hathaway, "é uma demonstração de seu poder visual intacto no novo milênio".

"O espetacular retrato separa a pessoa da estrela: Marilyn, a mulher, já não está aqui. As circunstâncias terríveis de sua vida e de sua morte ficaram no esquecimento. Tudo o que resta é o sorriso enigmático, que remete a outro sorriso misterioso de outra mulher famosa, a Mona Lisa", destacou a casa de leilões em nota.

Se o retrato da icônica atriz for arrematado pelo preço anunciado, será a segunda obra mais cara da história da arte vendida em um leilão, depois de "Salvator Mundi", de Leonardo da Vinci, arrematada em novembro de 2017 por US$ 450,3 milhões, e à frente de "Mulheres de Argel", um quadro de Pablo Picasso vendido por US$ 179,4 milhões em 2015.