Conteúdo publicado há 7 meses

Monark diz que abandonou o Brasil após ser 'perseguido' por Moraes

Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, 33, informou que deixou o Brasil para morar nos Estados Unidos após "perseguição" do ministro Alexandre de Moraes.

O que aconteceu?

Em entrevista à Gazeta do Povo, o influenciador digital declarou que a decisão de mudar de país ocorreu por ter se tornado um "perseguido político".

"O Brasil virou uma ditadura do Judiciário, não existe mais lei. Eu sou um perseguido político e, infelizmente, temendo pela minha segurança e também para continuar com o meu trabalho, me vi obrigado a vir para os Estados Unidos, que é um país que tem liberdade de expressão. Vou continuar com meu podcast falando sobre a situação brasileira", disse Monark à Gazeta.

Em 2023, Monark entrou na mira do judiciário por tecer críticas classificadas infundadas ao trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições do ano passado.

Ele, inclusive, teve as redes sociais bloqueadas após entrevista com o deputado Filipe Barros (PL-PR) questionando a veracidade das urnas eletrônicas.

Multa de R$ 300 mil

O ministro Alexandre de Moraes determinou multa de R$ 300 mil contra o youtuber. Moraes também mandou o Banco Central bloquear esse valor imediatamente das contas de Monark, de modo que se garanta que ele pague a multa.

Na mesma decisão, o ministro ainda determinou que plataformas digitais apaguem os novos perfis criados. Os pedidos foram feitos à Apple, Deezer, Amazon, Meta (Facebook e Instagram), Google, Spotify, TikTok, Twitter, entre outras.

Moraes deu duas horas para os cumprimentos dessa ordem. Se isso não acontecer, as plataformas terão que pagar multa diária de R$ 100 mil.

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As redes também foram proibidas de monetizar conteúdos de Monark. A proibição, de acordo com a decisão do ministro do STF, vale para doações de inscritos e pagamentos por serviços de publicidade do programa "Monark Talks".

Moraes havia determinado a suspensão dos perfis devido a conteúdos que instigaram os atos golpistas de 8 de janeiro. Mesmo assim, Monark criou novas contas. Em junho, então o ministro proferiu nova decisão determinando o bloqueio de contas do influenciador e o proibiu de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral e o STF.

Fake news sobre o judiciário

Durante uma entrevista com o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) na plataforma Rumble, Monark questionou: "Por que ele (Supremo) está disposto a garantir uma não-transparência nas eleições?".

Monark disse ainda, sem provas, haver "maracutaia" no processo eleitoral. "A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas [...], e, ao mesmo tempo, eles impedindo a transparência das urnas? Você fica desconfiado. Que maracutaia está acontecendo nas urnas ali?".

Moraes determinou o bloqueio das redes sociais de Monark, afirmando que ele "voltou a divulgar notícias fraudulentas acerca da atuação" do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), após criar novas contas para fugir de uma decisão anterior de Moraes que bloqueava seus perfis.

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Moraes deu duas horas para que as empresas Discord, Meta, Rumble, Telegram e Twitter "procedam ao bloqueio dos canais/perfis/contas", sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

O ministro determinou que Monark se abstivesse de fazer "publicação, promoção, replicação e compartilhamento das notícias fraudulentas (fake news)" sobre a atuação do STF e do TSE, estipulando uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Live em canal barrado e "censura"

Monark ironizou a decisão do ministro do STF ao entrar ao vivo em em seu programa na rede social Rumble.

"Pode ser que seja o último, pode ser que não. Fomos censurados novamente pelo Xandão", disse em live realizada na plataforma Rumble.

"Quanto mais poder que a gente aceitar que o Alexandre de Moraes usurpe a si à revelia da constituição, mas poder ele vai ter e não vai entregar esses poderes", acrescentou.

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O influencer continuou desabafo em live. "O que eu posso fazer contra esse cara? Nem sei mais, a gente vai gravar também e colocar nas redes. Não tem mais redes, né? Não sei o que fazer? Esse é o Brasil, eu por falar a verdade, na minha opinião, tô sendo punido pelo órgão supremo do país e perdendo a minha fonte de renda".

Depoimento à PF

O ministro do STF Alexandre de Moraes solicitou a declaração do influenciador digital no dia 15 de junho.

"O Sr. Bruno Monteiro Aiub pôde esclarecer, para além de qualquer dúvida, que não cometeu, não instigou, tampouco incitou, o cometimento de atos antidemocráticos, nem antes, nem durante, nem depois do dia 08 de janeiro", disse a equipe do influencer em nota enviada a Splash.

Monark afirmou "repudiar" invasão ao Palácio do Planalto realizada em janeiro. "O Sr. Bruno fez questão de afirmar, inclusive, que, na mesma entrevista com o Deputado Federal Filipe Barros, que deu origem às investigações contra si, pedindo punição a quem praticou os atos de vandalismo vistos em 08 de janeiro, citando, também, anteriores vídeos em que já repudiava, como ainda faz atualmente, as delinquentes ações daquela fatídica data".

Vídeos serão juntados ao Inquérito do STF, afirmou a defesa de Monark. "Bruno reafirmou não ter praticado nenhum discurso de ódio, não ter propagado a subversão da ordem e não ter incentivado, em nenhuma medida, a quebra da normalidade institucional e democrática, igualmente asseverando não ter cometido ou incentivado o cometimento de nenhum outro ilícito penal".

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Monark afirmou que foi "previamente censurado" durante depoimento. "Bruno fez questão de ressaltar que está sendo previamente censurado por não poder exercer a sua garantia constitucional fundamental de livre manifestação de pensamento - para além da liberdade de expressão - enquanto pilar fundamental em que se estabelece, ou ao menos deveria se estabelecer, o Estado Democrático de Direito que constitui a nossa República".

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