Sakamoto: Pessoas têm tratado entregadores como se fossem servos

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto falou durante participação no UOL News desta terça-feira (12) a respeito da polêmica envolvendo o jornalista Rica Perrone, que repercutiu nas redes sociais após relatar uma discussão com um entregador de iFood por não querer subir em seu apartamento para uma entrega.

Para o colunista do UOL, as pessoas têm tratado entregadores como se fossem servos.

É uma situação triste, a gente já viu entregadores apanhando, sendo ameaçados de morte, entregadores na mira de revólver, entregadores roubados por conta de pessoas que acham que 13 de maio de 1888 não fui uma mudança no Brasil, mas apenas uma forma de encarar a realidade de maneira diferente.

Tem uma questão de tratamento humano, são trabalhadores. Não estou falando desse caso específico, mas o que a gente tem visto é as pessoas se comportarem como se entregadores fossem servos.

Impeachment de Dilma e Bolsonaro presidente fragmentaram PSDB, diz Sakamoto

Leonardo Sakamoto também comentou a respeito da situação do PSDB. Ontem, a Justiça decidiu que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, terá que se afastar da presidência do partido.

Sakamoto lembrou que o PSDB foi um dos partidos mais importantes do país, tendo governado o Brasil com Fernando Henrique Cardoso por dois mandatos, além de ir ao segundo turno nos primeiros mandatos de Lula e Dilma. Contudo, destacou que decisões acabaram fragmentando o partido.

A gente começou a ver pós impeachment, que o PSDB, não inteiro, mas uma parte abraçou a todo custo [o processo]. Depois, uma parte do PSDB, com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, também abraçou o próprio Bolsonaro, gerando ojeriza na ala democrata do partido. E o partido começou a se fragmentar em público, começou a perder força, prestígio.

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Sakamoto destacou que o PSDB não chegou ao segundo turno nas eleições de 2018, quando o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin concorreu à presidência, e que nem teve candidato em 2022.

Então você viu um PSDB se fragmentando em público. É triste porque foi um partido importante, é um partido com história, é um partido partido. Você pode discordar do PSDB, mas ele tinha um programa, um processo.

Sakamoto: Críticas precisam ser feitas aos argumentos, não a pessoas

O colunista Leonardo Sakamoto também comentou a respeito das críticas que militantes petistas têm feito contra pessoas que apoiaram Lula durante a eleição, mas agora dão algumas opiniões contrárias ao governo.

A gente tem visto muitos casos como esses em que pessoas que são seguidoras ou fãs do presidente Lula estão simplesmente atacando aqueles que fazem críticas. Isso é um erro, eu vou ser inclusive atacado por conta disso.

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O engraçado é o tipo da crítica. A crítica precisa ser aceita, faz parte da sociedade. Então, quando você tem uma coisa contra o que falei, argumente, coloque argumentos.

Sakamoto citou o caso do ator e comediante Gregório Duvivier, que vem apoiando uma escolha de uma mulher negra para o STF (Supremo Tribunal Federal).

A crítica que acontece não é do tipo: 'discordo, tem um momento de governabilidade, tem de pensar em A, B ou C'. Não, as críticas ao Gregório têm sido do tipos pessoais, contra ele.

Menos 5ª série. Todas as pessoas são passíveis de críticas, mas as críticas têm que ser feitas ao argumento que as pessoas está trazendo.

Conselho de Ética sofre acordão tácito por arquivamentos, diz Chico Alencar

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O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) comentou durante entrevista ao UOL News a respeito de o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ter arquivado uma representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Chico criticou a postura do conselho e afirmou que vários casos têm sido arquivados.

Desde algum tempo venho ouvindo essa ideia de que está um festival de representações, tanto o PSOL e PT representando contra a turma da extrema-direita, quanto o PL representando contra nós. Tinha essa conversa de vamos maneirar, fazer um alerta, quem sabe dar um cartão amarelo. Agora, não está acontecendo nem isso, tudo vai direto pro arquivo.

Há uma postura de mandar tudo para o arquivo. Não é um acordo combinado, explícito, mas é um acordo tácito.

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